Glastonbury poderá estar perto do fim
Numa entrevista ao “The Times”, Michael Eavis, que em 1970 organizou a primeira edição do Glastonbury na sua quinta em Somerset, no Reino Unido, admitiu que o festival pode estar perto do fim, culpando a economia e a existência de festivais similares a preços mais baixos.
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Numa entrevista ao “The Times”, Michael Eavis, que em 1970 organizou a primeira edição do Glastonbury na sua quinta em Somerset, no Reino Unido, admitiu que o festival pode estar perto do fim, culpando a economia e a existência de festivais similares a preços mais baixos.
“Este é um negócio muito assustador. Estamos a caminhar para o fim, provavelmente poderá existir durante mais três ou quatro anos”, disse o responsável, exemplificando que os festivais britânicos Womad e o Latitude “não estão a esgotar”, ao contrário de anos anteriores. “Sinto que as pessoas já viram tudo.”
Apesar da edição deste ano do Glastonbury ter esgotado em apenas duas horas e meses antes de acontecer, quando ainda não eram conhecidos quaisquer nomes do cartaz, Michael Eavis garante que o festival só fica lotado porque apresenta sempre grandes nomes como cabeças de cartaz. “Mesmo assim, em 2008, quando tivemos o Jay Z, o festival esgotou mas estávamos perto da bancarrota”, contou, alegando ter perdido nesse ano 22 milhões de libras (cerca de 24,6 milhões de euros).
Para Eavis, o mercado está muito cheio, sendo cada vez mais difícil competir com festivais que apresentam muitos dos mesmo nomes a preços mais baixos. O responsável deu o exemplo do festival de Benicassim, em Espanha, onde ao contrário da típica chuva britânica e da lama, já um símbolo do “Glasto”, assim apelidado, o sol é uma presença garantida. A edição deste ano apresenta The Streets, The Strokes, Arctic Monkeys e Arcade Fire no topo do cartaz, tendo o bilhete o preço de 175 euros, valor abaixo da entrada no Glastonbury que custa 200 libras, aproximadamente 224 euros.
A uma semana do festival Latitude, no Reino Unido, se realizar, ainda existem cerca de mil bilhetes à venda. Já para os conhecidos Reading e Leeds Festival, que se realiza em Agosto, estão por vender 40 por cento das entradas.
Em 2012, o Glastonbury estará livre desta pressão, uma vez que não se vai realizar. O festival fará uma pausa para dar “descanso” ao espaço, voltando em 2013. Para essa edição, já é possível registar-se no site para a compra dos bilhetes.
Numa entrevista recente à “NME”, Michael Eavis revelou as suas actuações de sonho no Glastonbury: Led Zeppelin, Rolling Stones e Dolly Parton. Quem sabe não serão estes os próximos cabeças de cartaz do mítico festival.