Ministro da Saúde indiano declara homossexualidade uma “doença”
Azad, para além de comparar a homossexualidade a uma patologia, declarou-a uma “doença proveniente de outros países” e sublinhou que “o sexo entre homens não deveria acontecer, embora seja uma realidade”. E acrescentou, citado pela BBC: “Apesar de não ser natural, existe no nosso país e está a expandir-se rapidamente, tornando-a difícil de detectar.”
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Azad, para além de comparar a homossexualidade a uma patologia, declarou-a uma “doença proveniente de outros países” e sublinhou que “o sexo entre homens não deveria acontecer, embora seja uma realidade”. E acrescentou, citado pela BBC: “Apesar de não ser natural, existe no nosso país e está a expandir-se rapidamente, tornando-a difícil de detectar.”
O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh e a líder do Partido do Congresso, Sonia Gandhi, estavam presentes na conferência juntamente com vários ministros do Governo que, no entanto, saíram do colóquio antes das declarações feitas por Ghulam Nabi Azad.
Em 2009, a questão das relações homossexuais foi abordada durante um julgamento memorável, no qual ficou definido que ter relações sexuais com uma pessoa do mesmo sexo não é um acto criminoso. Segundo o Supremo Tribunal de Deli, a lei que existia há 148 anos, e que condenava actos homossexuais podendo levar a sentenças de 10 anos de prisão, era não só discriminatória como também “uma violação dos direitos fundamentais.”
No entanto, a discriminação homossexual continua generalizada e activistas pelos direitos dos homossexuais continuam a lutar contra esta tendência.
Uma dessas activistas, líder da campanha contra a SIDA da Fundação Naz, ficou chocada com as palavras do ministro da Saúde e respondeu que Azad “vive noutro planeta". E adiantou: "Ou ele está muito mal informado ou está a falar para um público muito restrito”.
Anjali Gopalan acrescentou também que é muito mais fácil um homem infectar uma mulher do que uma mulher infectar outra, uma vez que as mulheres casadas têm poucas possibilidades de negociar com os maridos a prática de comportamentos mais seguros.
Anand Grover, relator especial das Nações Unidas sobre a saúde, também criticou os comentários de Azad. Em declarações ao jornal "Hindustan Times", Grover disse: “É lamentável e totalmente inaceitável que um ministro deste estatuto ainda seja insensível a grupos vulneráveis como os homossexuais.”
Por seu turno, o activista dos direitos homossexuais Mohnish Kabir Malhotra considerou que Azad deve pedir desculpas imediatamente e declarou à AFP que “a homossexualidade faz parte da natureza e até tem referências em textos religiosos, por isso chamá-la anti-natural é um absurdo."