Artistas Unidos fixam-se no Teatro da Politécnica

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Jorge Silva Melo tem agora um novo espaço para trabalhar Nuno Ferreira Santos

Os Artistas Unidos (AU) estavam sem sítio fixo, à procura de um espaço, desde que em 2002 receberam ordem de despejo do antigo edifício de A Capital, no Bairro Alto. Na semana passada, disse o encenador Jorge Silva Melo ao PÚBLICO, foi assinado um protocolo com a Reitoria da Universidade de Lisboa que prevê a instalação da companhia no Teatro da Politécnica, por três anos renováveis.

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Os Artistas Unidos (AU) estavam sem sítio fixo, à procura de um espaço, desde que em 2002 receberam ordem de despejo do antigo edifício de A Capital, no Bairro Alto. Na semana passada, disse o encenador Jorge Silva Melo ao PÚBLICO, foi assinado um protocolo com a Reitoria da Universidade de Lisboa que prevê a instalação da companhia no Teatro da Politécnica, por três anos renováveis.

O edifício lembra um pavilhão de jardim que foi antiga cantina da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, no interior dos portões da faculdade, junto ao Jardim Botânico, na Rua da Escola Politécnica em Lisboa. As obras começaram em Maio e terminam no fim deste mês. A inauguração do espaço renovado será a 19 de Outubro.

O orçamento visto em 2007 para as obras, quando os AU começaram a estudar o protocolo com a reitoria, era de 200 mil euros. Depois, foram encontradas falhas e feitos ajustes que obrigaram a acrescentar 150 mil euros ao orçamento inicial. Para as obras, a companhia entra, este ano, com 100 mil euros. A Reitoria dará o resto. O Ministério da Cultura e a Fundação Calouste Gulbenkian garantiram ajudas para equipamento, mas os montantes ainda estão por definir. A Câmara Municipal de Lisboa (CML) dará apoio à actividade. O PÚBLICO contactou a CML para saber qual a parte que lhe cabe dos apoios para o projecto, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.

Para a inauguração faltam ainda equipamentos, bancadas, projectores, disse Jorge Silva Melo, mas os ensaios para a peça de estreia, Não se brinca com o Amor, de Alfred de Musset, já começaram na morada onde os AU têm os escritórios, junto ao Jardim da Estrela. E os preparativos para uma exposição de escultura de Ângelo de Sousa avançam já esta semana.

O projecto não será equivalente ao que era o d'A Capital, um espaço muito maior onde Silva Melo tinha a ideia de criar três salas e que os AU partilhavam com seis outros projectos teatrais e companhias (a APA, a Ilusom, a Re.Al, e artistas como Diogo Dória, Solveig Nordlund, os Depois da Uma). Aqui, haverá apenas uma sala de espectáculos, com capacidade para 110 lugares, e outra, a Sala das Janelas, onde serão organizados exposições, debates, conferências.

O Teatro da Politécnica esteve alugado ao Teatro Nacional D. Maria II para espectáculos até há três anos, quando entrou a nova administração de Maria João Brilhante. O espaço ficou disponível e a hipótese da sua utilização pelos AU foi colocada, dando início às negociações com a Reitoria, que culminaram com o protocolo assinado na semana passada.

O princípio deste projecto é o fim do projecto de A Capital, diz Silva Melo, e de um percurso errante que durou quase dez anos, em que a companhia andou pelo Teatro Taborda, Convento das Mónicas (vendido para um hotel), Braço de Prata (onde abriu a Fábrica do Braço de Prata, nova casa da livraria Ler Devagar, com salas de espectáculos) e muitos outros espaços e salas temporárias.