Diário de Lisboa regressa uma vez por ano para manter viva memória de jornal de referência
O Diário de Lisboa saiu para as bancas a 21 de Abril de 1921 e acabou a 30 de Novembro de 1990. Foi considerado um jornal de referência durante sete décadas, cobrindo assim uma parte importante da História de Portugal e do Mundo do século XX. António Ruella Ramos, fundador do Expresso e ex-director do Diário de Lisboa, mantinha nos últimos anos a tradição de editar um número por ano, o que se verificou até à sua morte, em 2009.
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O Diário de Lisboa saiu para as bancas a 21 de Abril de 1921 e acabou a 30 de Novembro de 1990. Foi considerado um jornal de referência durante sete décadas, cobrindo assim uma parte importante da História de Portugal e do Mundo do século XX. António Ruella Ramos, fundador do Expresso e ex-director do Diário de Lisboa, mantinha nos últimos anos a tradição de editar um número por ano, o que se verificou até à sua morte, em 2009.
O jornal “era um espaço de liberdade na imprensa mesmo sob ditadura”, diz João Pacheco, herdeiro actual do título em conjunto com a irmã, Rosa Ruela, sobrinhos de Ruella Ramos. Ambos são jornalistas e querem mostrar aos portugueses o que foi o Diário de Lisboa: hoje sai para as ruas uma edição de 500 exemplares em papel do título, bem como dos suplementos Sempre Fixe, mais virado para o humor, e Diário Ilustrado, centrado, como o nome indica, em ilustrações.
Manter o título vivo, dizem, é impedir que este “seja utilizado com fins políticos ou publicitários”. É protegê-lo da “usurpação da sua memória”, conservá-lo disponível como objeto histórico “sem que seja manchado pela atualidade”. O ideal, acrescentam, é que potencie os leitores a procurar o arquivo do Diário de Lisboa, integralmente disponível na Internet na página da Fundação Mário Soares (http://www.fmsoares.pt).
A relação que ambos têm com a memória do jornal é forçosamente diferente da que se tem com um “carro que se comprou” e depois se troca: “é uma parte da família. é como um tio ou avô que já morreu mas não queremos que a sua memória seja estragada”, diz João Pacheco.
A edição de 2011 do jornal, que a partir de hoje pode ser encontrado nalguns quiosques de Lisboa, integra um misto de “conteúdos atuais e de arquivo”, porque “é importante mostrar alguma coisa” do passado do título. O Diário de Lisboa de 2011 estará disponível em breve na Internet, “mas claro que o papel é outra coisa”, não hesita em afirmar Rosa Ruela, jornalista da revista Visão.
“Deu um gozo bestial ir à Lisgráfica e ver os nossos 500 modestos exemplares amontoados num canto no meio daquelas rotativas gigantes e daquelas tiragens de milhares [de exemplares]”, diz em entrevista à agência Lusa.
Todos os anos, manda a lei, o jornal tem de sair pelo menos uma vez para o título não ficar disponível. “Para o ano cá estaremos”, diz Rosa Ruela, e o objetivo será o de sempre: preservar a memória de um título que contou ao longo da sua história com textos de nomes como Fernando Pessoa, Fernando Assis Pacheco, José Saramago, Luís Sttau Monteiro, Eduardo Prado Coelho e Fernando Dacosta, entre muitos outros.