Cimeira latino-americana adiada por causa da saúde de Chávez

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Rumores de que Chávez poderá ser vítima de um cancro aumentam Revolution Studios/Cubadebate/Handout/Reuters

De acordo com um comunicado do Governo, citado pela Reuters, a cimeira – que coincidia com o 200º aniversário da independência da Venezuela –, deverá ser marcada para a segunda metade do ano. Chefes de Estado como a brasileira Dilma Rousseff, Rafael Correa do Equador ou Sebastián Piñera do Chile contavam estar presentes no evento.

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De acordo com um comunicado do Governo, citado pela Reuters, a cimeira – que coincidia com o 200º aniversário da independência da Venezuela –, deverá ser marcada para a segunda metade do ano. Chefes de Estado como a brasileira Dilma Rousseff, Rafael Correa do Equador ou Sebastián Piñera do Chile contavam estar presentes no evento.

A decisão do Governo venezuelano vem alimentar os rumores acerca do estado de saúde de Hugo Chávez, que está desde dia 10 de Junho hospitalizado em Cuba, na sequência de uma operação de urgência a um “abcesso na zona pélvica”. Habituados às longas e quase diárias declarações públicas do chefe de Estado, os venezuelanos olham com desconfiança o silêncio inédito de Chávez e acreditam que o Presidente poderá estar a esconder uma doença grave como um cancro da próstata. Há dias, Chávez rompeu o silêncio mas fê-lo através da sua conta de microblogging Twitter e sem mencionar o seu estado de saúde.

O anúncio da suspensão da cimeira aconteceu ontem, poucas horas depois de terem sido divulgadas imagens de vídeo do Presidente da Venezuela, naquela que foi a sua primeira aparição televisiva desde que está em Havana. A transmissão das imagens na televisão estatal cubana e também na Venezuelana – que mostravam Chávez em animada conversa com o seu aliado político, Fidel Castro – procurou acalmar a especulação em torno da saúde do chefe de Estado, mas o anúncio de que a cimeira da próxima semana está desmarcada voltou a aquecer o debate sobre a demorada ausência do Presidente e as verdadeiras razões por detrás dela.

“Se ele não pode ir, então está realmente doente”, disse David Myers, um perito na Venezuela da Penn State University, ao “The Wall Street Journal”. “Todos estavam a ver se ele estaria lá. A melhor versão dos acontecimentos é a de que ele não está a recuperar tão depressa quanto podia. A pior é a de que está com uma doença mortal.”

O afastamento de Chávez, e a sua governação a partir do estrangeiro, têm sido fortemente criticados pela oposição em Caracas que considera existir um “vazio no poder” e que entende que a governação a partir de Cuba, autorizada pelo Parlamento venezuelano, configura uma situação inconstitucional.