Perfil: Daniel Campelo, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural

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Daniel Campelo Foto: PÚBLICO/arquivo

Nas últimas autárquicas Campelo não se recandidatou, cedendo o lugar ao número dois da autarquia, Vitor Mendes, actual presidente. Desde 2009 que Campelo está afastado da vida política e, na altura, disse que iria dedicar mais tempo a duas paixões, a agricultura e a caça.

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Nas últimas autárquicas Campelo não se recandidatou, cedendo o lugar ao número dois da autarquia, Vitor Mendes, actual presidente. Desde 2009 que Campelo está afastado da vida política e, na altura, disse que iria dedicar mais tempo a duas paixões, a agricultura e a caça.

Campelo sentou-se nas bancadas da Assembleia da República enquanto deputado por Viana do Castelo, do Grupo Parlamentar do CDS-PP e depois como independente na VIII Legislatura, de 25 de Outubro de 1999 a 4 de Abril de 2002. Pertenceu à Comissão de Economia, Finanças e Plano e à Comissão de Administração e Ordenamento do Território, Poder Local e Ambiente.

Durante o seu tempo enquanto deputado, apresentou dois Projectos de Lei, um para a revisão da taxa contributiva dos trabalhadores do sector da pesca e outro sobre a integração da freguesia de Vale da Amoreira, concelho da Guarda, no concelho de Manteigas.

Este político ficou conhecido do país em 2000 por ter feito greve de fome contra a transferência da produção do queijo Limiano de Ponte de Lima para Vale de Cambra, depois da compra da fábrica pela multinacional Lacto Ibérica. Teve então o apoio do primeiro-ministro António Guterres, apoio esse conseguido por ter aprovado, com o seu voto, dois orçamentos socialistas, contra as indicações do partido.

A irreverência de Campelo, mostrada com a questão do orçamento e do queijo Limiano, levou à suspensão da condição de militante do CDS-PP, em 2001, com Paulo Portas a negar-lhe confiança política. Esta sanção foi anunciada a 23 de Maio de 2001 no final da reunião do Conselho de Jurisdição do partido. Diogo Feyo, então presidente deste órgão, afirmou que Campelo merecia a expulsão, mas a sua boa militância foi tida em conta e serviu como atenuante.

Campelo protagonizou sempre uma oposição interna a Paulo Portas, apesar de ter acompanhado o líder centrista na campanha às legislativas de Junho, quando Portas de deslocou ao distrito de Viana do Castelo.

A 5 de Fevereiro deste ano, Campelo recebeu o apoio de Portas na apresentação da sua candidatura à distrital de Viana do Castelo do CDS-PP. Ao PÚBLICO justificou, então, a sua decisão de ter aceitado o convite – lançado por dirigentes nacionais, distritais e concelhios do partido – com a vontade de retirar Viana do Castelo do atraso em que se encontra. Este "é um distrito marginalizado e esquecido que tem que fazer valer o seu peso no contexto do desenvolvimento do país", sustentou.

Entre os seus objectivos está a melhor defesa do distrito de Viana do Castelo e convencer o partido para a urgência da Regionalização, através da criação, no Alto Minho, das bases de “um novo estilo de fazer política”. Na verdade, em Março deste ano, durante o 24º Congresso do CDS-PP, Campelo propôs o apoio do partido à Regionalização, mas essa proposta foi transformada em recomendação que, ainda assim, foi chumbada.