Bismack Biyombo: a descoberta de Mário Palma é o sonho de “Air” Jordan

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Bismack só tocou numa bola de basquetebol aos 12 anos Ray Stubblebine/Reuters

É o sonho americano de Bismack Biyombo. O congolês vai entrar na América pela porta grande. Aos 18 anos, foi seleccionado por Sacramento e depois trocado para Charlotte. "É o dia mais belo da minha vida, vou finalmente jogar na NBA e ainda mais na equipa de Michael Jordan", disse Biyombo, a seguir ao sorteio.

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É o sonho americano de Bismack Biyombo. O congolês vai entrar na América pela porta grande. Aos 18 anos, foi seleccionado por Sacramento e depois trocado para Charlotte. "É o dia mais belo da minha vida, vou finalmente jogar na NBA e ainda mais na equipa de Michael Jordan", disse Biyombo, a seguir ao sorteio.

E conta como pareceu estar a viver um conto de fadas. "Encontrei-me com Jordan na quarta-feira e ele disse que ia fazer tudo para ficar comigo. Que mais pode haver do que ouvir estes elogios do maior jogador de basquetebol da história?", questionou, atónito.

Em África, onde nasceu, Biyombo não estava predestinado a ser basquetebolista profissional. No Congo, um país onde o desporto principal é o futebol, tocou pela primeira vez na bola laranja aos 12 anos. A influência de um tio e a sorte de encontrar Mário Palma fizeram o resto. "Ainda não percebi como é que ele, sendo congolês, jogava no Iémen...", conta ao PÚBLICO o seleccionador de Portugal, entre risos, revelando que o encontrou numa prova internacional de clubes. "Parecia que tinha 25 anos. Perguntei-lhe a idade e nem queria acreditar quando me disse que tinha 16", lembra. Falou com o agente e, passadas umas semanas, voltou para o ir buscar. "Previ que em quatro anos estaria na NBA", recorda. Biyombo demoraria apenas dois.

O jogador guarda uma história caricata desse primeiro encontro. "Jogava contra a equipa de Mário Palma, fiz um desarme e o árbitro marcou falta. Foi ele quem protestou a dizer que não era falta. Fiquei surpreendido porque quem protestava com o árbitro era o treinador adversário...".

"No fim do jogo, falámos e perguntou-me se queria dar o salto. Se sim, teria de ir jogar para Espanha". E foi o que aconteceu, um passo fundamental para ganhar massa muscular. "Nunca tinha visto nada assim, com uma envergadura impressionante [2,23m]", conta Palma sobre o atleta de 2,06m e 111 kg. Para o treinador, foi uma pena que Biyombo não tivesse jogado numa universidade americana. "Seria imparável hoje", atira.

Os exemplos de Biyombo, um jogador que é uma mistura de Dennis Rodman com Ben Wallace? "Dikembe Mutombo [Congo] e Hakeem Olajuwon [Nigéria] e os actuais Serge Ibaka [Congo], Luol Deng [Sudão], Hamady Ndiaye [Senegal] ou Luc Mbah [Camarões]", refere. São eles que fazem as crianças africanas sonhar com a NBA.

Logo a seguir ao "draft", Biyombo telefonou para a família. Em Lubumbashi, os pais e os seis irmãos e irmãs esperavam a notícia com impaciência. "Quando volto a casa, os meus irmãos mais pequenos fazem de meus treinadores. Levam-me a correr, obrigam-me a manter em forma. Sempre quis dar-lhes um bom exemplo. Estou orgulhoso por ter conseguido".