Essential Killing
O frio não é apenas uma questão de geografia: é também a recusa de "aquecer" um lugar para o espectador, esvaziando a "identificação", o romanesco, mesmo um reconhecimento de género (há "acção", mas não se trata de um "filme de acção"). Em vez disso, uma enorme ambiguidade, sobretudo no jogo com o ponto de vista (os planos subjectivos: todos têm que se lhes diga), a humanidade dada por redução, e numa perspectiva emocional, de facto, apenas gelo.
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O frio não é apenas uma questão de geografia: é também a recusa de "aquecer" um lugar para o espectador, esvaziando a "identificação", o romanesco, mesmo um reconhecimento de género (há "acção", mas não se trata de um "filme de acção"). Em vez disso, uma enorme ambiguidade, sobretudo no jogo com o ponto de vista (os planos subjectivos: todos têm que se lhes diga), a humanidade dada por redução, e numa perspectiva emocional, de facto, apenas gelo.
Por outro lado, é um filme que faz um trajecto, tortuoso, por um imaginário americano. Do imaginário contemporâneo (os soldados da "guerra ao terror", aliás dados em contra-tipo) a, no plano final, uma paisagem de western, com um cavalo que podia ter vindo de um filme de Ford. Mas o cavalo está abandonado, e não há ninguém para habitar esse plano. De como esse imaginário clássico se tornou "inabitável", eis outra coisa de que "Essential Killing" fala.