Criada rede nacional de investigação para a biodiversidade com 300 cientistas
O lobo ibérico poderá vir a ser um dos primeiros a beneficiar do InBio - Rede de Investigação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva que, durante oito anos, foi apenas uma ideia e que este ano recebeu luz verde do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior como novo Laboratório Associado. A estratégia de conservação do lobo, espécie classificada Em Perigo de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, precisa de “uma revisão” e de “informação mais consistente”, avançou ao PÚBLICO Tito Rosa, presidente do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), organismo estatal que, a 23 de Janeiro, assinou um protocolo de cooperação com os investigadores.
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O lobo ibérico poderá vir a ser um dos primeiros a beneficiar do InBio - Rede de Investigação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva que, durante oito anos, foi apenas uma ideia e que este ano recebeu luz verde do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior como novo Laboratório Associado. A estratégia de conservação do lobo, espécie classificada Em Perigo de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, precisa de “uma revisão” e de “informação mais consistente”, avançou ao PÚBLICO Tito Rosa, presidente do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), organismo estatal que, a 23 de Janeiro, assinou um protocolo de cooperação com os investigadores.
“Cada vez temos menos capacidade para produzir conhecimento, na luta do dia-a-dia para o cumprimento da regulamentação”, comentou o responsável, acrescentando que esta parceria é uma “mais-valia e uma forma de garantir uma intervenção mais correcta, conhecendo melhor os problemas”.
O InBio promove o trabalho em conjunto dos 300 investigadores, 110 dos quais doutorados, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto – instituição que apresentou a candidatura – e do Centro de Ecologia Aplicada Professor Baeta Neves, do Instituto Superior de Agronomia (ISA). A estrutura está aberta à participação de outras instituições.
“O nosso grande objectivo é auxiliar o Estado na política pública da biodiversidade, através daquilo que fazemos de melhor em Portugal a nível de investigação”, comentou Nuno Ferrand de Almeida, director do CIBIO.
Para Francisco Rego, coordenador do Centro de Ecologia Aplicada, trata-se de “capitalizar todo o investimento em Ciência que se fez nos últimos 20 anos e que ainda não está suficientemente utilizado”. E, segundo Ferrand de Almeida, “as equipas [de investigadores] estão muito motivadas”.
Entre os primeiros passos desta rede está a participação na revisão da Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e na elaboração de pareceres técnicos-científicos, a partilha de dados para reforçar o conhecimento sobre espécies e habitats, bem como acções de formação e a troca de experiências entre funcionários do ICNB e investigadores do InBio, através de um programa de Residências.
Para já, o InBio vai apostar na promoção da investigação da biodiversidade tropical, no estudo da evolução das espécies na Península Ibérica ao longo dos últimos 20 mil anos e na promoção dos recursos genéticos dos animais e plantas domésticos.