Trabalhadores espanhóis dão o corpo ao manifesto pelos seus postos de trabalho

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O vídeo termina com imagens da luta dos trabalhadores para manterem os seus empregos DR

Ao som do clássico YMCA, um vídeo divulgado recentemente na Internet - e prontamente difundido pelas televisões espanholas - mostra vários trabalhadores da fábrica da ABB em Biscaia (País Basco) a trabalharem completamente nus, apenas com algumas ferramentas a cobrirem os órgãos genitais.

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Ao som do clássico YMCA, um vídeo divulgado recentemente na Internet - e prontamente difundido pelas televisões espanholas - mostra vários trabalhadores da fábrica da ABB em Biscaia (País Basco) a trabalharem completamente nus, apenas com algumas ferramentas a cobrirem os órgãos genitais.

Mas apesar de começar com esta nota humorística, o vídeo termina com imagens da luta dos trabalhadores para manterem os seus empregos.

Os operários dizem que esta foi a única forma de chamar a atenção para o problema, depois de duas semanas de manifestações e de pedidos de reuniões com os directores da empresa, sem terem conseguido obter nenhuma resposta.

“O vídeo faz rir, mas a mensagem é séria. O fecho da fábrica deixa-nos sem nada, sem roupa, sem recursos e sem futuro", disse em comunicado Jorge Marcos, o porta-voz dos trabalhadores em luta.

"É injustificável que uma empresa que tenha facturado 100 milhões de euros nos últimos três anos deixe toda a linha de produção na rua”, acrescentou o mesmo responsável.

Durante o vídeo vão aparecendo slogans da luta sindical como “160 sonhos alterados/160 pessoas despedidas” e “ABB muda a sua fabrica para um país low cost”.

Após a canção, o vídeo transforma-se num manifesto sindical: “A ABB, uma multinacional com 110 mil funcionários em todo o mundo decide suprimir a linha de produção de uma fábrica com mais de 80 anos de antiguidade (Galindo, Biscaia), apesar de reconhecer que nos últimos três anos bateu recordes, com mais de 30 milhões de euros em lucros. Porque é que a direcção desta fábrica não apoiou os seus funcionários?”.

Acusando a empresa de querer deslocalizar a fábrica para a Turquia - onde a mão-de-obra é mais barata - os sindicalistas questionam ainda: “Porque é que as instituições públicas permitem esta injustiça?”.

A empresa suíça ABB (Asea Brown Boveri) - que ainda não reagiu ao vídeo, apesar de ele ter tido honras de abertura nos telejornais espanhóis - divulgou um comunicado confirmando a "reestruturação de sua divisão Power Products em Espanha para melhorar a viabilidade nas difíceis condições actuais do mercado espanhol".