Miral
Saga sobre a tragédia palestiniana, à volta da criação em 1948 do orfanato de Dar El Tifl (o filme termina em 1994, com a morte da sua fundadora, Hind Husseini). Panfleto contra a violência da ocupação israelita, filmando, por exemplo, soldados israelitas a deitarem abaixo uma casa em Ramallah, ou uma palestiniana a apanhar seis meses de prisão por dar uma cabeçada na israelita que lhe chamou prostituta. Conto sobre a entrada na idade adulta de uma adolescente palestiniana apanhada no ciclo infernal do conflito (a personagem-título, interpretada por Frieda Pinto). Apelo à paz universal e à compreensão entre os povos. Isto é o que "Miral" queria ser. O que "Miral" é é outra coisa: um melodrama bem-intencionado mas convencionalíssimo dobrado de "introdução ao conflito israelo-palestiniano para totós", alinhando lugares-comuns atrás de lugares-comuns, filmado numa colagem de estilos sem rei nem roque a ver qual deles pega (não pega nenhum), com actores à deriva em personagens de papelão (pobre Hiam Abbass, cuja dignidade não resiste a uma maquilhagem de idosa muito pouco convincente). E não há boas intenções que resistam à sensação de que Miral é um exercício de turismo cinematográfico de boa consciência liberal que marca o ponto e não nos diz nada que já não tenha sido dito antes e melhor (Elia Suleiman à cabine de som, por favor).
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Saga sobre a tragédia palestiniana, à volta da criação em 1948 do orfanato de Dar El Tifl (o filme termina em 1994, com a morte da sua fundadora, Hind Husseini). Panfleto contra a violência da ocupação israelita, filmando, por exemplo, soldados israelitas a deitarem abaixo uma casa em Ramallah, ou uma palestiniana a apanhar seis meses de prisão por dar uma cabeçada na israelita que lhe chamou prostituta. Conto sobre a entrada na idade adulta de uma adolescente palestiniana apanhada no ciclo infernal do conflito (a personagem-título, interpretada por Frieda Pinto). Apelo à paz universal e à compreensão entre os povos. Isto é o que "Miral" queria ser. O que "Miral" é é outra coisa: um melodrama bem-intencionado mas convencionalíssimo dobrado de "introdução ao conflito israelo-palestiniano para totós", alinhando lugares-comuns atrás de lugares-comuns, filmado numa colagem de estilos sem rei nem roque a ver qual deles pega (não pega nenhum), com actores à deriva em personagens de papelão (pobre Hiam Abbass, cuja dignidade não resiste a uma maquilhagem de idosa muito pouco convincente). E não há boas intenções que resistam à sensação de que Miral é um exercício de turismo cinematográfico de boa consciência liberal que marca o ponto e não nos diz nada que já não tenha sido dito antes e melhor (Elia Suleiman à cabine de som, por favor).