Alemanha teme fim de reservas de sangue perante número de infectados por E. coli
A Alemanha - o país mais afectado, com 18 vítimas mortais - já registou cerca de 200 novos casos no espaço de dois dias. A maioria dos casos surge no Norte do país, nomeadamente em Hamburgo.
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A Alemanha - o país mais afectado, com 18 vítimas mortais - já registou cerca de 200 novos casos no espaço de dois dias. A maioria dos casos surge no Norte do país, nomeadamente em Hamburgo.
"Precisamos de sangue. As nossas reservas precisam de ser repostas", comentou à BBC o médico responsável pelo serviço de doadores de sangue em Hamburgo, Lutz Schmidt. Este pedido surge porque, nos doentes infectados com situações de maior gravidade, os médicos precisam de realizar transfusões de sangue.
A bactéria provoca diarreias hemorrágicas e, nos casos mais graves, problemas renais (síndrome hemolítica-urémica).
O surto foi provocado por uma uma bactéria que resulta do cruzamento de duas estirpes diferentes da E. coli já conhecidas, misturando características das duas.
Esta variante da bactéria é resistente, pelo menos, a oito tipos de antibióticos, segundo um comunicado publicado hoje pelo Instituto Genético de Pequim e citado pela agência Efe. No entanto, o uso de antibióticos não é a terapia aconselhada para tratar este tipo de doença aguda, pois podem aumentar a libertação da toxina Shiga, que destrói as células que revestem o interior dos vasos sanguíneos, na fase mais grave da doença (síndrome hemolítico-urémica). Os hospitais alemães estão a usar moderamente apenas alguns dos antibióticos a que a bactéria é sensível, nos casos mais graves, adiantava ontem a revista "Nature", e também um tratamento experimental, com um anticorpo monoclonal, além de transfusões de sangue.
Cientistas chineses que colaboraram com os alemães na identificação do genoma da nova variante da e.coli, afirmam que foram encontrados genes que são resistentes a cinco novos tipos de antibióticos.
Nas últimas horas, os Estados Unidos anunciaram que aumentaram a vigilância à importação de tomates, pepinos e alfaces das áreas da União Europeia (UE) afectadas. Também o Panamá reforçou a vigilância sanitária em todos os seus postos e aeroportos para evitar a entrada da variante da bactéria E.coli.
Quanto ao foco infeccioso, os especialistas continuam a não ter garantias, acumulando-se várias possibilidades. A pista mais recente levou a um restaurante da cidade de Lübeck, no Norte do país, segundo avança o jornal diário "Lübecker Nachrichten", citado esta manhã pelo "El Mundo". Os investigadores comprovaram que 17 pessoas que comeram nesse estabelecimento, entre 12 e 14 de Maio, ficaram infectadas. Neste momento, o instituto alemão Robert-Koch está a tentar estudar a os produtos do restaurante e de ondem vieram para chegar à origem da epidemia.