Suspeitos do 11 de Setembro acusados em Guantánamo

Foto
Khalid Mohammed afirmou numa audiência ter planeado o 11 de Setembro Reuters

O plano passa por julgar os cinco acusados em conjunto. Khalid Sheikh Mohammed, o confesso “cérebro” dos atentados de 2001, sujeito 183 vezes a simulação de afogamento (waterboarding) quando estava sob custódia da CIA, é acusado como os restantes de conspiração, assassínio em violação das leis da guerra, ataque a civis, ataque a objectivos civis, destruição de propriedade em violação das leis da guerra, desvio de aviões e terrorismo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O plano passa por julgar os cinco acusados em conjunto. Khalid Sheikh Mohammed, o confesso “cérebro” dos atentados de 2001, sujeito 183 vezes a simulação de afogamento (waterboarding) quando estava sob custódia da CIA, é acusado como os restantes de conspiração, assassínio em violação das leis da guerra, ataque a civis, ataque a objectivos civis, destruição de propriedade em violação das leis da guerra, desvio de aviões e terrorismo.

Os procuradores pediram que os cinco homens possam ser condenados à morte, mas a decisão passa ainda pelo vice-almirante Bruce MacDonald, responsável do Pentágono que supervisiona as comissões militares da prisão na baía de Cuba.

Os alegados co-conspiradores são Ramzi Bin al-Shibh, o iemenita suspeito de ter tratado de encontrar as escolas de aviação para os homens que desviaram os aviões, preso com Khalid Mohammed no Paquistão; Waleed bin Atash, também iemenita, acusado de gerir campos de treino no Afeganistão e de ter investigado planos de voo e simuladores; Ali Abd al-Aziz Ali, acusado de ter ajudado nove dos suicidas a viajar para os Estados Unidos e de lhes ter enviado 120 mil dólares; e Mustafa Ahmad al-Hawsani, um saudita suspeito de ter dado apoio logístico aos 19 homens que desviaram os quatro aviões.

“O anúncio de novas acusações é mais um passo no mau caminho na gestão do processo mais importante da nossa época”, lamentou num comunicado a organização de defesa das liberdades cívicas. O veredicto não será “considerado como credível”, afirma ainda a ACLU. Também a Human Rights First “lamentou” que o processo vá mesmo avançar em Guantánamo – e não num tribunal civil nos EUA, como Obama anunciara quando foi eleito.

Assim que tomou posse, o Presidente ordenou o congelamento de todos os processos nas comissões militares, que criticara como oferecendo “uma justiça de segunda”. Em Novembro de 2009, o attorney general Eric Holder (equivalente a ministro da Justiça) anunciou que os cinco seriam julgados num tribunal civil de Nova Iorque. Mas o plano foi combatido por republicanos e pelos democratas de Nova Iorque.

Depois de o Congresso proibir a transferência de qualquer preso em Guantánamo para território norte-americano, a Administração recuou e acabou por decidir julgá-los em comissões militares, tal como George W. Bush fizera.