Afinal, falar ao telemóvel é "possivelmente" cancerígeno
Organização Mundial de Saúde classifica radiação vinda dos telemóveis como “possivelmente cancerígena para humanos”
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A radiação vinda dos telemóveis foi esta terça-feira classificada como um “possivelmente cancerígena para humanos”, segundo uma nota divulgada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Esta conclusão baseia-se numa avaliação conduzida pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC, nas sigla em inglês), uma organização da OMS que se dedica a classificar diferentes substâncias, de químicos a alimentos, conforme o seu risco de provocar cancro.
Nos últimos oito dias, um grupo de trabalho de 31 cientistas de 14 países esteve a analisar os artigos científicos existentes e outras informações relevantes sobre campos electromagnéticos de várias fontes. O grupo de trabalho concentrou-se em três tipos de problemas: exposição ocupacional a radares e micro-ondas, exposição ambiental associada a antenas de telecomunicação, e exposição pessoal a telemóveis.
Para os radares, micro-ondas e antenas, os investigadores não encontraram provas de associação ao cancro. Mas para os telemóveis, há evidências “limitadas” de uma relação entre a radiação emitida e dois tipos de cancro: o glioma, que se desenvolve a partir de células do sistema nervoso chamadas células da glia, que é maligno, e outro cancro que se desenvolve a partir dos nervos acústicos – o neuroma acústico – que é operável.
A classificação dada pela IARC é a de que o “agente [a radiação vinda dos telemóveis] é possivelmente cancerígeno para os humanos”.
Pode haver "algum risco"
“A conclusão é que pode haver algum risco, e por isso é necessário manter uma vigilância apertada para encontrar uma ligação entre os telemóveis e o risco de cancro”, disse em comunicado Jonathan Samet, da Universidade da Califórnia do Sul, nos Estados Unidos, que liderou o grupo de trabalho.
A classificação de “possível cancerígeno” é a terceira mais afirmativa da escala da IARC. A agência da ONU diz que uma substância é “cancerígena” quando há provas científicas suficientes de uma relação directa entre a exposição ao agente e um ou mais tipos de cancro em humanos.
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