NASA está prestes a dizer adeus ao robô Spirit que gelou em Marte
“A NASA está a terminar as tentativas de recuperar o contacto com o Spirit, que fez a última comunicação a 22 de Março, de 2010”, explicou o comunicado da NASA.
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“A NASA está a terminar as tentativas de recuperar o contacto com o Spirit, que fez a última comunicação a 22 de Março, de 2010”, explicou o comunicado da NASA.
O Spirit foi enviado em 2003 e caiu em Marte em 2004, era uma espécie de geólogo que foi analisar as rochas para compreender o que aconteceu à água de Marte, ao longo da história do planeta. O robô de 180 quilogramas e com seis rodas tinha painéis solares que alimentavam os sistemas de aquecimento que o mantinham mais quente no Inverno gelado de Marte.
A NASA fez contas oficiais para três meses de actividade, mas o robô viveu normalmente durante cinco anos até ficar preso em 2009, num extremo da cratera de Tróia, num planalto do Hemisfério Sul. A NASA defende que os painéis solares não se mantiveram no melhor ângulo para receber energia e alimentar os aquecedores.
Marte está a entrar na Primavera, e a equipa da NASA esperava que o Spirit ganhasse energia suficiente para comunicar, mas teme que os danos feitos pelo Inverno gelado tenham comprometido vários sistemas do robô.
“Não acreditamos mais que haja uma probabilidade de ouvirmos o Spirit”, dizia a NASA no comunicado. Todos os satélites utilizados neste esforço vão agora dedicar-se ao robô Curiosity, a próxima geração para estudar o planeta vermelho.
Este laboratório com rodas vai tentar perceber se Marte alguma vez teve as condições químicas necessárias para suportar vida. O lançamento de Curiosity – Laboratório Cientifico de Marte, será entre 25 de Novembro e 18 de Dezembro. A melhor janela de tempo para se enviar o módulo para o planeta, depois disso terá que se esperar mais dois anos até nova oportunidade.
Entretanto, o companheiro de Spirit, o Opportunity, lançado no mesmo ano para o planeta vermelho, continua a caminhar pela paisagem marciana. Apesar dos efeitos da idade já se fazerem notar – as articulações do braço do robô já não funcionam bem e os técnicos puseram-no a andar de marcha atrás, para gastar o lado oposto dos dentes da caixa de velocidades, que têm sido menos usados –, o Opportunity continua a enviar dados válidos para a Terra.
O destino da viagem corrente do robô, que agora está sozinho, qual Wall-E marciano, é a cratera Endeavour, que tem um diâmetro de 22 quilómetros. Os cientistas defendem que o impacto desta cratera expôs rochas com minerais de argila formados entre 4 e 4,5 mil milhões de anos atrás. Na sua formação, estes minerais estiveram submetidos a água neutra – o tipo de condição que pode também ter suportado vida microscópica.