TPI vai pedir mandado de captura contra Khadafi na segunda-feira
Ocampo, juiz do TPI, disse que vão ser dados todos os passos para a prisão de Khadafi. Cabe aos juízes deste tribunal internacional, com sede em Haia, emitir os mandados.
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Ocampo, juiz do TPI, disse que vão ser dados todos os passos para a prisão de Khadafi. Cabe aos juízes deste tribunal internacional, com sede em Haia, emitir os mandados.
Contactados os porta-vozes desta instância, estes recusaram dizer quem serão os visados pelos mandados, mas confirmaram que os pedidos serão feitos na segunda-feira.
"Os promotores vão pedir mandados de prisão para os três principais responsáveis pelos crimes que estão a ser cometidos na Líbia, baseando-se nos testemunhos e nas provas recolhidas na primeira investigação", disse uma porta-voz à Reuters. "Os juizes podem aceitar ou rejeitar os pedidos, ou pedir informações adicionais".
A notícia de que seriam emitidos mandados tinha sido avançada esta tarde pelo ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Franco Frattini. Segundo Frattini, esse será “um momento crucial” na crise que se arrasta na Líbia há três meses, desde que o coronel – que governa aquele país há mais de 40 anos – reprimiu violentamente as primeiras manifestações contra o seu regime e abrindo o conflito que já matou dezenas de milhares de pessoas.
Frattini sublinhou que “a partir do momento [em que o TPI ordenar a captura de Khadafi] a saída do poder e partida [de Khadafi] do país já não serão inimagináveis”. “Assim que o mandado for emitido, toda a comunidade internacional terá obrigações legais [para a sua captura]”, argumentou.
Este responsável adiantara ainda, citando o bispo católico de Trípoli, Giovanni Innocenzo, que Khadafi poderia estar ferido e que "provavelmente" já não se encontraria na capital líbia.
O Governo líbio desmentiu ambas as notícias. Ao final da tarde, a televisão estatal da Líbia transmitiu uma mensagem áudio de Khadafi em que este chama "cobarde" à NATO, explicando estar num local onde não pode ser atingido pelos bombardeamentos aliados.
"Digo a estes cobardes que estou num lugar onde não me podem encontrar e onde não me podem matar... eu vivo no coração de milhões de pessoas". Não foram transmitidas imagens do coronel, que disse ainda ter gravado a mensagem depois de ter recebido mensagens a perguntar pelo seu estado de saúde na sequência das declarações do ministro italiano.