Artur Barrio vence Prémio Velázquez
O Prémio Velázquez, considerado o Cervantes das Artes Plásticas, é concedido pelo Ministério da Cultura da Espanha desde 2002 a candidatos propostos pelas academias de belas artes, museus de arte moderna e contemporânea, associações de críticos de arte e outras instituições de artes plásticas.
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O Prémio Velázquez, considerado o Cervantes das Artes Plásticas, é concedido pelo Ministério da Cultura da Espanha desde 2002 a candidatos propostos pelas academias de belas artes, museus de arte moderna e contemporânea, associações de críticos de arte e outras instituições de artes plásticas.
O júri presidido por Ángeles Albert de León, directora geral das Belas Artes e Bens Culturais, e constituído por Doris Salcedo, Prémio Velázquez do ano passado, Pedro Lapa, director artístico do Museu Berardo, em Lisboa, Sheena Vanessa Wagstaff, curadora da Tate Modern, em Londres, entre outros, destacou no trabalho do português “a construção de uma poética radical, que produz uma relação e um eco com as situações políticas e sociais.”
“O seu trabalho, desenrolado através de acções, performances, instalações, vídeo, explora o efémero e o transitório, interessando-se pelos efeitos simbólicos e a aparição de uma beleza inesperada”, escreveu o júri num comunicado, citado pelo “El País”.
Artur Barrio, nascido no Porto em 1945, começou a dedicar-se à pintura em 1965 quando se mudou para o Rio de Janeiro, Brasil. Em 1967 ingressou na Escola Nacional de Belas Artes, estreando a sua primeira exposição apenas dois anos mais tarde. No mesmo ano, lançou um Manifesto, expressando o seu interesse particular na utilização de “materiais baratos e perecíveis” que protestem “contra as categorias de arte e a situação política e social do terceiro mundo”. Restos de comida, sangue, carne, pedras, terras e desperdícios são alguns dos materiais mais usados por Artur Barrio, a quem a imprensa espanhola apelida de “artista visceral”.
Apesar de estar radicado no Brasil, Artur Barrio tem apresentado várias exposições internacionais. Recentemente, o português esteve presente na 29ª Bienal de São Paulo e foi escolhido pelos curadores do evento, Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos, para representar o Brasil na 54ª Bienal de Veneza, onde Francisco Tropa representará Portugal.
O Prémio Velázquez distingue todos os anos um criador “cuja obra sobressaia nas artes plásticas”. Ramón Gaya, Antoni Tàpies, Pablo Palazuelo, Juan Soriano, Antonio López, Luis Gordillo, Cildo Meireles, Antoni Muntadas e Doris Salcedo foram os vencedores anteriores.
Notícia actualizada às 15h19