Judeus ultra-ortodoxos removem Hillary Clinton de fotografia na Situation Room

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A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, é a ausência mais evidente na fotografia que o Der Tzitung publicou na edição de sexta-feira. Mas o jornal, gerido e direccionado para judeus hassiditas, fez questão de esvaziar ainda mais aquela sala de conferência na cave da Casa Branca, que está reservada para grandes crises e decisões: removeram também a directora do Conselho Nacional de Segurança para a luta contra o terrorismo, Audrey Tomason, quase escondida no último plano.

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A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, é a ausência mais evidente na fotografia que o Der Tzitung publicou na edição de sexta-feira. Mas o jornal, gerido e direccionado para judeus hassiditas, fez questão de esvaziar ainda mais aquela sala de conferência na cave da Casa Branca, que está reservada para grandes crises e decisões: removeram também a directora do Conselho Nacional de Segurança para a luta contra o terrorismo, Audrey Tomason, quase escondida no último plano.

O caso foi revelado por Shmarya Rosenberg, um judeu que dedica o seu tempo a denunciar o submundo das comunidades judaicas ultra-ortodoxas. No muito citado blogue FailedMessiah, Rosenberg denuncia crimes de índole sexual, negócios obscuros e campanhas de difamação perpetradas em nome dos judeus. O The New York Times já o classificou como um site de “leitura obrigatória”.

Neste caso, o activista, de 51 anos, limitou-se a publicar em paralelo a fotografia original e a versão alterada do Der Tzitung. Shmarya Rosenberg lembrou apenas que o jornal, que é redigido em hebraico, está a infringir a lei. Isto porque a Casa Branca, que distribuiu a fotografia, impõe que esta só pode ser utilizada para fins informativos e estipula declaradamente que a imagem não pode ser manipulada.

A decisão dos responsáveis editoriais pelo Der Tzitung constitui "fraude", o que é contrário aos princípios legais judaicos, considera o rabi Jason Miller, que escreve no nova-iorquino The Jewish Week. “O que era tão ofensivo nesta imagem?” Miller pergunta e avança a resposta: a fotografia é “demasiado escandalosa”, ironiza, visto que apanhou Hillary Clinton vestindo uma camisola de manga comprida e com a mão à frente da boca.

“Não estou certo de como o Der Tzitung determinou que esta fotografia era picante. Talvez eles simplesmente não gostem da ideia de uma mulher com tanto poder político”, observa Jason Miller. O rabi adianta, de resto, que este jornal não publica quaisquer imagens de mulheres, porque se entende que podem ser consideradas sexualmente sugestivas.

O judaísmo hassídico caracteriza-se, dentro da ortodoxia judaica, como uma corrente mais próxima do misticismo, que promove a fé pela espiritualidade e o júbilo. Tal como é hoje conhecido, este ramo do judaísmo foi fundado no século XVIII, no Leste da Europa, pelo rabi Baal Shem Tov.