Manifestantes condenados à morte no Bahrain por morte de polícias durante protestos
Esta decisão surge num momento em que a tensão latente no país dá sinais de reacendimento, depois de as autoridades terem reprimido violentamente no mês passado – e com a ajuda de alguns dos seus países vizinhos no Golfo Árabe – os protestos que eclodiram no pequeno reino em Janeiro, centrando-se então na Praça Pérola, na capital, Manama.
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Esta decisão surge num momento em que a tensão latente no país dá sinais de reacendimento, depois de as autoridades terem reprimido violentamente no mês passado – e com a ajuda de alguns dos seus países vizinhos no Golfo Árabe – os protestos que eclodiram no pequeno reino em Janeiro, centrando-se então na Praça Pérola, na capital, Manama.
O regime do rei Hamad bin Issa al-Khalifa (sunita) sustenta que quatro polícias foram mortos durante os protestos – com auge em Fevereiro e Março – tendo três deles sido atropelados nas ruas em manifestações por meados do mês passado. Estima-se que também sete civis foram mortos, sobretudo nas operações das forças de segurança na Praça Pérola, mas nenhum processo de inquérito nem julgamento foi feito.
O Bahrain não emitia uma sentença de morte desde 2007 ,e antes disso, apenas uma pessoa fora condenada com a pena capital em mais de trinta anos: justamente durante a grande vaga de contestação ao regime da monarquia nos meados da década de 1990, a mais grave no país antes da convulsão que emergiu este ano, em muito inspirada pelos movimentos de revolta que depuseram os regimes no Egipto e Tunísia.
Ascendendo a mais de 60 por cento da população, os xiitas no Bahrain pedem, na sua maioria, a instituição de uma monarquia constitucional no país, mas alguns núcleos mais duros – como os partidos Haq e Wafa – têm exigido até o derrube do rei. Já o partido Wefaq, mais moderado e cujos 18 deputados no Parlamento se demitiram após o início da repressão em Manama – reclama reformas políticas e sociais de fundo, incluindo um fortalecimento de poderes do Parlamento e uma reforma do Governo assim como da lei eleitoral.