Conselho de Segurança da ONU falha acordo de condenação da violência na Síria
Um texto provisório que tinha sido proposto por Portugal, França, Reino Unido e Alemanha não conseguiu reunir o consenso dos 15 membros do Conselho, com a Rússia a insistir que os acontecimentos na Síria não são uma ameaça à paz global.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Um texto provisório que tinha sido proposto por Portugal, França, Reino Unido e Alemanha não conseguiu reunir o consenso dos 15 membros do Conselho, com a Rússia a insistir que os acontecimentos na Síria não são uma ameaça à paz global.
Alexander Pankin, o embaixador russo junto da ONU, alertou para uma “real ameaça à segurança regional” caso haja uma interferência na situação doméstica da Síria.
A correspondente da BBC junto da sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, - Barbara Plett - estima que o crescente desconforto de Moscovo após a intervenção da Líbia terá endurecido a sua posição no que toca à Síria.
A China e a Índia pediram que seja encetado um diálogo político e uma resolução pacífica para a crise, mas não chegaram a condenar oficialmente a violência que grassa no país.
Por seu lado, o embaixador da Síria junto da ONU, Bashar Jaafari, disse que o seu governo irá resistir a uma intervenção externa nos seus assuntos internos. “Enquanto governo, não podemos aceitar que alguns digam que valorizam mais as vidas dos nossos filhos do que nós próprios. As políticas de interferência em assuntos dos outros Estados através de várias justificações e pretextos têm provado estar errados”.
Durante as seis últimas semanas de protestos estima-se que já tenham morrido 450 sírios em consequência dos protestos.
Já a embaixadora americana junto da ONU pediu à Síria que ponha fim àquilo que chamou de “violência repugnante”, pedindo à comunidade internacional que intervenha. “O meu governo pede ao Presidente [Bashar] Assad que mude a sua posição agora”, disse Susan Rice. “Pedimos igualmente à comunidade internacional que responda a esta brutal repressão e que responsabilize aqueles que estão a perpetrar estas grosseiras violações dos direitos humanos”, acrescentou.
Quer os americanos quer os europeus alertaram para o facto de pretenderem pedir sanções adicionais caso os pedidos de mudança não sejam atendidos.
O texto proposto pelos europeus propunha a condenação da violência contra civis e apoiava os pedidos do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon de uma investigação independente e “transparente” às mortes ocorridas durante os protestos.
Notícia actualizada às 08h15