PCP não reconhece “legitimidade” ao FMI

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"Não vamos esbater as divergências políticas e ideológicas" em relação ao BE, afirmou Jerónimo Nuno Ferreira Santos/arquivo

Já segunda-feira, num almoço com militantes do PCP, o líder comunista havia catalogado a entrada do FMI e BCE como uma traição: “Traindo os valores e ideais de Abril, pende sobre o país uma intervenção externa por via da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), uma decisão ilegítima tomada no quadro das cedências do Governo PS, com o apoio de PSD e CDS e do Presidente da República, ao grande capital.”

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Já segunda-feira, num almoço com militantes do PCP, o líder comunista havia catalogado a entrada do FMI e BCE como uma traição: “Traindo os valores e ideais de Abril, pende sobre o país uma intervenção externa por via da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), uma decisão ilegítima tomada no quadro das cedências do Governo PS, com o apoio de PSD e CDS e do Presidente da República, ao grande capital.”

Na entrevista, o dirigente político defendeu que o actual e anteriores presidentes da República tiveram um papel para que o país atingisse a presente situação. Jerónimo de Sousa falava a propósito dos apelos ao consenso e unidade entre partidos, feitos na cerimónia comemorativa por Cavaco Silva, Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio.

“Quem é que aprovou a entrada de Portugal na União Europeia? Quem é que aprovou a PAC (Política Agrícola Comum)?”, questionou o dirigente comunista, que identificou ainda os banqueiros como outros dos responsáveis pela crise. “A esses responsáveis não se exige uma ponta de sacrifício”, acusou.

Segundo o líder do PCP, as pressões para o entendimento entre partidos têm como objectivo a criação de condições para a manutenção de “políticas de direita” da parte de quem formar governo após as eleições de 5 de Junho: “É isso que está na cabeça de quem faz essa proposta”, afirmou Jerónimo de Sousa.

Apesar de classificar como um “milagre” a possibilidade, o secretário-geral do PCP admitiu negociar uma governação “com um PS que não praticasse uma política de direita”.

Também não se alongou sobre as hipóteses de aproximação ao BE. “Vamos concerteza convergir na Assembleia da República, mas não vamos esbater as divergências políticas e ideológicas”, afirmou. Sobre a reunião com o BE, classificou-a como “uma coisa perfeitamente normal”.