Ministra anuncia publicação de portaria que permite gestão conjunta de recursos hospitalares
“Estamos no centro de Lisboa e os dois locais de parto, que são a 500 metros um do outro, provavelmente vão ter de trabalhar em conjunto, aplicando aquilo que é a portaria que vai sair na terça-feira”, afirmou hoje Ana Jorge aos jornalistas durante uma visita às urgências do hospital Dona Estefânia, em Lisboa.
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“Estamos no centro de Lisboa e os dois locais de parto, que são a 500 metros um do outro, provavelmente vão ter de trabalhar em conjunto, aplicando aquilo que é a portaria que vai sair na terça-feira”, afirmou hoje Ana Jorge aos jornalistas durante uma visita às urgências do hospital Dona Estefânia, em Lisboa.
A portaria, que será publicada na terça-feira, define a criação do grupo hospitalar que articula uma relação “mais fácil e eficaz” entre o Hospital Curry Cabral, o Centro Hospitalar Lisboa Central (São José, Capuchos, Santa Marta e Dona Estefânia) e a Maternidade Alfredo da Costa.
Segundo fonte do Ministério da Saúde, “não há qualquer alteração dos conselhos de administração”.
De acordo com a ministra, a portaria “permite gerir, quer recursos, quer outros em conjunto para continuar a ter serviços de qualidade”.
O corpo clínico da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) defendeu hoje a rápida unificação das urgências desta unidade com as do hospital Dona Estefânia, alertando que o futuro da MAC “pode estar comprometido a curto ou médio prazo”.
“Parece claro para todos que, no momento actual de contenção orçamental, não é lícito manter abertas em Lisboa, com localização extremamente próxima, duas unidades da mesma área, carenciadas de profissionais e que têm gastos orçamentais para se manterem abertas”, afirmou hoje Ana Campos, directora do serviço de medicina materno fetal da MAC.
A portaria vem também formalizar uma prática que começou a ser levada há alguns anos nas urgências pediátricas de alguns hospitais da zona de Lisboa.
Por exemplo, em 2002, as urgências pediátricas nocturnas na zona de Lisboa passaram a estar concentradas, em alternância, entre os hospitais Santa Maria e D. Estefânia.
“Em períodos de crise, como o verão, quando há menos recursos, eventualmente teremos que concentrar algumas urgências. Isto foi feito no ano passado e em anos anteriores na zona de Lisboa e Vale do Tejo”, disse Ana Jorge.
A ministra admitiu que esta prática poderá estender-se a outras especialidades.
“É preciso fazer um trabalho de fundo para perceber se é preciso tantas urgências abertas, por exemplo no período nocturno. Todos sabemos que há especialidades que, em Lisboa, têm uma ou duas pessoas por noite no período nocturno”, referiu.