Otelo: “Precisávamos de um homem com a inteligência do Salazar”
“Falta-nos quem saiba orientar o povo com honestidade, generosidade, com espírito de missão. Salazar foi uma pena, porque era um crânio em economia e finanças, podia ter feito maravilhas pelo povo, mas era um tipo de miopia política. Precisávamos de um homem com a inteligência e a honestidade do ponto de vista do Salazar, mas que não tivesse a perspectiva que impôs, de um fascismo à italiana. Isso é que não”, defende Otelo Saraiva de Carvalho, em conversa com o Jornal de Negócios no âmbito do seu mais recente livro “O dia inicial”, em que descreve hora a hora o que se passou no dia 25 de Abril de 1974.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
“Falta-nos quem saiba orientar o povo com honestidade, generosidade, com espírito de missão. Salazar foi uma pena, porque era um crânio em economia e finanças, podia ter feito maravilhas pelo povo, mas era um tipo de miopia política. Precisávamos de um homem com a inteligência e a honestidade do ponto de vista do Salazar, mas que não tivesse a perspectiva que impôs, de um fascismo à italiana. Isso é que não”, defende Otelo Saraiva de Carvalho, em conversa com o Jornal de Negócios no âmbito do seu mais recente livro “O dia inicial”, em que descreve hora a hora o que se passou no dia 25 de Abril de 1974.
Otelo diz ainda que a “utopia” concretizada que foi o 25 de Abril não seria hoje possível com Forças Armadas maioritariamente voluntárias, “que não estão disponíveis para entrar numa oposição ao Governo que lhes paga”. Se o dinheiro não chegar, diz Otelo, “aí podem acontecer coisas graves”.
E acusa o PCP de ter estado por trás da sua detenção em 1984 e de ter feito com que ficasse em prisão preventiva cinco anos no âmbito do caso FP 25. Acusa ainda alguns nomes então na Polícia Judiciária, como a actual directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, Cândida Almeida , então na PJ, de, devido à militância no PCP, tere estado por trás da sua detenção.