Alterações climáticas roubam meio metro de costa ao Árctico todos os anos

Foto
Cientista perto de uma zona costeira exposta à erosão na ilha Herschel, Canadá Foto: Michael Fritz/Alfred Wegener Institute

O recuo da linha costeira no Árctico é particularmente impressionante no Mar de Laptev e no Este da Sibéria (ambos na Rússia) e no Mar de Beaufort (nas costas do Canadá e Alasca). Aqui, o recuo ultrapassa os oito metros por ano.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O recuo da linha costeira no Árctico é particularmente impressionante no Mar de Laptev e no Este da Sibéria (ambos na Rússia) e no Mar de Beaufort (nas costas do Canadá e Alasca). Aqui, o recuo ultrapassa os oito metros por ano.

Segundo explica o Alfred Wegener Institute, que participou nos estudos, dois terços da costa do Árctico são apenas permafrost, ou seja, solo permanentemente gelado, sem rocha. “Estas costas estão a ser muito atingidas pela erosão”, notam os cientistas, em comunicado. “Até agora têm sido protegidas por grandes placas de gelo na superfície do mar da força das ondas. Mas com o declínio contínuo desse gelo, esta protecção está em risco, alterando uma situação que se manteve estável durante milénios”, notam os cientistas alemães.

O recuo da linha litoral tem implicações para as populações que aí vivem, para os animais e para as reservas de água doce.

O estudo da zona costeira do Árctico demorou uma década a ser feito. “Quando começámos a recolher dados de forma sistemática, em 2000, apenas estava disponível informação detalhada para 0,5 por cento da costa do Árctico”, lembrou Hugues Lantuit, do Alfred Wegener Institute. Finalmente, “temos uma visão completa do estado e das ameaças a estas áreas”, acrescentou o especialista.