Quem se esconde atrás da placa do FMI na Av. da Liberdade?
É um artista de 35 anos o bem-humorado que, como forma de protesto, interveio na sinalética de Lisboa.
Quem por estes dias andar de olhos postos nas indicações da cidade de Lisboa pode ficar confuso. Uma placa indica que o FMI fica na Avenida da Liberdade. Bruxelas é pouco depois, nos Restauradores.
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Quem por estes dias andar de olhos postos nas indicações da cidade de Lisboa pode ficar confuso. Uma placa indica que o FMI fica na Avenida da Liberdade. Bruxelas é pouco depois, nos Restauradores.
Na Rua Braamcamp, na casa do primeiro-ministro, José Sócrates, uma placa informa que ali mora agora Angela Merkel. Já o Banco de Portugal passou a ser a sede do Banco Central Europeu.
Uma estranha imposição da ajuda externa? Nada disso. Esta foi a forma que um artista bem-humorado encontrou para protestar contra o actual estado do país, numa iniciativa que fez coincidir com a entrada do Fundo Monetário Internacional em Portugal.
O PÚBLICO foi conhecê-lo. Pantónio, nome artístico, tem 35 anos e é com este pseudónimo que assina as suas obras. Trabalha como designer gráfico, mas também se dedica à ilustração e a fazer intervenções na rua (ainda que não de carácter político).
“Costumo andar pela cidade atento a possíveis buracos negros que possam lá existir para intervir. Gosto muito de arte urbana e de fazer todo o tipo de intervenções e aproveito esses buracos negros para a criatividade e para fazer intervenções”, conta ao PÚBLICO.
E numa das suas incursões pela cidade reparou nesses tais “buracos negros” que neste caso são brancos. Há várias placas brancas que não têm nada inscrito e Pantónio sentiu que seriam o sítio perfeito para deixar a sua marca – que desta vez não poderia ser indiferente à crise económica e política que Portugal atravessa.
“Nos últimos tempos toda a situação politica é tão pornograficamente desconcertante que mesmo não pertencendo a nenhum partido não podia ficar indiferente.”