A Cidade dos Mortos
Cinco anos depois do sucesso de "Lisboetas", Sérgio Tréfaut regressa às salas com "dose dupla" que, de certo modo, funciona como os dois lados de um díptico. Primeiro, "A Cidade dos Mortos", documentário de uma hora rodado ao longo de vários anos nas necrópoles do Cairo usadas como apartamentos para aqueles que não conseguem arranjar uma casa "verdadeira"; depois, "Waiting for Paradise", espécie de "post-scriptum" de vinte minutos que regista o modo como os casamentos são celebrados, completado um ano depois do "filme-mãe". Ambos completam-se, dialogam um com o outro mesmo que de formas diferentes (mais convencionalmente documental na média, mais sensorialmente atmosférica na curta), sempre dentro das coordenadas do "cinema do real" que reproduz no écrã as histórias que se vão encontrando. Nesse aspecto, "A Cidade dos Mortos" é um belíssimo "follow-up" a "Lisboetas", de novo penetrando a fundo num universo paralelo que só visto de dentro ganha sentido e razão (e que não haja dúvidas que há muito mais universo paralelo neste filme do que naquele esboço sem rei nem roque dos manos Patrocínio que tanta sensação causou há poucas semanas). O problema de "A Cidade dos Mortos" é mesmo só um: fica a sensação de compressão, de brevidade, de que ficou muito mais por contar, a água na boca de querer saber mais e passar mais tempo ali.
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Cinco anos depois do sucesso de "Lisboetas", Sérgio Tréfaut regressa às salas com "dose dupla" que, de certo modo, funciona como os dois lados de um díptico. Primeiro, "A Cidade dos Mortos", documentário de uma hora rodado ao longo de vários anos nas necrópoles do Cairo usadas como apartamentos para aqueles que não conseguem arranjar uma casa "verdadeira"; depois, "Waiting for Paradise", espécie de "post-scriptum" de vinte minutos que regista o modo como os casamentos são celebrados, completado um ano depois do "filme-mãe". Ambos completam-se, dialogam um com o outro mesmo que de formas diferentes (mais convencionalmente documental na média, mais sensorialmente atmosférica na curta), sempre dentro das coordenadas do "cinema do real" que reproduz no écrã as histórias que se vão encontrando. Nesse aspecto, "A Cidade dos Mortos" é um belíssimo "follow-up" a "Lisboetas", de novo penetrando a fundo num universo paralelo que só visto de dentro ganha sentido e razão (e que não haja dúvidas que há muito mais universo paralelo neste filme do que naquele esboço sem rei nem roque dos manos Patrocínio que tanta sensação causou há poucas semanas). O problema de "A Cidade dos Mortos" é mesmo só um: fica a sensação de compressão, de brevidade, de que ficou muito mais por contar, a água na boca de querer saber mais e passar mais tempo ali.