Ministério Público instaura processo disciplinar no caso da idosa da Rinchoa

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Praceta onde morava a idosa, na Rinchoa Enric Vives Rubio (arquivo)

Em Fevereiro, o Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, ordenou a abertura de um inquérito para determinar com “celeridade e segurança” se a actuação do Ministério Público, no caso da idosa que esteve morta nove anos em casa na Rinchoa, Sintra, foi a “exigível e a adequada à situação”.

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Em Fevereiro, o Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, ordenou a abertura de um inquérito para determinar com “celeridade e segurança” se a actuação do Ministério Público, no caso da idosa que esteve morta nove anos em casa na Rinchoa, Sintra, foi a “exigível e a adequada à situação”.

Em resposta a uma questão colocada pela agência Lusa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) disse hoje que o “inspector do Ministério Público (MP) que realizou o inquérito apresentou as conclusões, que foram levadas à apreciação do Conselho Superior do MP”.

“O Conselho Superior do Ministério Público concluiu pela necessidade de abrir processo disciplinar, o que foi feito”, avançou a PGR.

Questionada pela a Lusa sobre quantos magistrados é que estão envolvidos no processo disciplinar instaurado, a PGR afirmou que esta “questão é sigilosa por enquanto”.

O Procurador-Geral da República preside ao Conselho Superior do Ministério Público por inerência de funções.

Uma idosa, que vivia sozinha na Rinchoa, Sintra, terá estado nove anos morta em casa. Apesar dos alertas de uma vizinha, a PSP só encontrou o corpo, no interior do apartamento após o imóvel ter sido vendido num leilão pelas Finanças.

A idosa, de 87 anos, deixou de ser vista e as cartas começaram a transbordar na caixa de correio. Na GNR disseram-lhe que não podiam abrir a porta.

Os vizinhos afirmaram à Lusa que nunca sentiram maus cheiros que denunciassem a morte da octogenária.