Neues Museum de Berlim é o vencedor do prémio Mies van der Rohe
O museu alemão desenhado por Friedrich August Stüler e construído entre 1841 e 1859 foi destruído durante a Segunda Guerra Mundial e só em Outubro de 2009 voltou a abrir as portas ao público. David Chipperfield foi o arquitecto que ficou responsável em 1997 por reconstruir o edifício que durante 70 anos ficou em ruínas.
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O museu alemão desenhado por Friedrich August Stüler e construído entre 1841 e 1859 foi destruído durante a Segunda Guerra Mundial e só em Outubro de 2009 voltou a abrir as portas ao público. David Chipperfield foi o arquitecto que ficou responsável em 1997 por reconstruir o edifício que durante 70 anos ficou em ruínas.
O britânico tentou manter a estrutura e os materiais originais, optando também por deixar os buracos de balas do tempo da guerra na fachada do prédio e em manter os estragos causados pela passar dos anos. Só as partes do museu totalmente irreparáveis é que foram substituídas.
“A reconstrução do Neus Museum é uma conquista extraordinária. É muito raro um arquitecto ter tanto sucesso num trabalho destes, com tanta importância e complexidade, especialmente este que envolve ao mesmo tempo a preservação e a construção de um novo edifício”, disse num comunicado oficial o presidente do júri, Mohsen Mostafavi, da Universidade de Harvard.
Para Lluís Hortet, directo do prémio, que tem um valor de sessenta mil euros e é promovido pela União Europeia, a decisão do júri não foi nada fácil, dada a qualidade de todos os projectos. No entanto, o responsável sublinha que a obra de David Chipperfield é um testemunho muito importante de como a arquitectura contemporânea contribui para a re-utilização da nossa herança, introduzindo novos elementos arquitectónicos pensados na funcionalidade museológica do espaço.
O Neues Museum de Berlim foi o escolhido entre os seis finalistas anunciados no final do mês de Março, deixando para trás o Museu Nacional de Arte do século XXI (MAXXI), de Roma, (Zaha Hadid), a Concert House Danish Radio de Copenhaga, (Jean Nouvel), o Museu da Acrópole, em Atenas (Bernard Tschumi) e o Centro de Reabilitação Groot Klimmendaal em Arnhem, na Holanda (de Koen van Velsen).
O prémio é atribuído de dois em dois anos: em 2009 o edifício vencedor foi a Ópera de Oslo do atelier norueguês Snohetta; em 2007 o Museu de Arte Contemporânea de Castela e Leão (Musac), da dupla espanhola Mansilla e Tuñón; em 2005 a embaixada da Holanda em Berlim, um projecto de Rem Koolhaas. Zaha Hadid, uma das finalistas deste ano, foi já vencedora em 2003. Entre os vencedores de edições anteriores destacam-se também o espanhol Rafael Moneo, o suíço Peter Zumthor, o britânico Norman Foster, e, na primeira edição, em 1988, o português Álvaro Siza, com o projecto do Banco Borges e Irmão, em Vila do Conde.
Ramon Bosch and Bet Capdeferro tiveram uma menção especial pela construção do Collage House, em Girona (Barcelona, Espanha).
A cerimónia de entrega dos prémios acontece a 20 de Junho, no pavilhão Mies van der Rohe, em Barcelona.