Governo disponibiliza quase 13 milhões de euros para combate aos fogos
O presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), general Arnaldo Cruz, admitiu recentemente cortes na ordem dos 20 por cento para o combate aos incêndios florestais, com destaque nos meios aéreos usualmente disponibilizados.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), general Arnaldo Cruz, admitiu recentemente cortes na ordem dos 20 por cento para o combate aos incêndios florestais, com destaque nos meios aéreos usualmente disponibilizados.
A verba disponibilizada pelo Governo, segundo o comunicado do Conselho de Ministro, servirá para a aquisição de serviços de disponibilização e locação de meios aéreos para as missões de combate aos incêndios florestais deste ano.
O comunicado lembra que “os incêndios florestais constituem uma ameaça que afecta sazonalmente Portugal”, nomeadamente no verão, “tal como acontece nos países da bacia mediterrânica em geral”.
Essa ameaça obriga “à prossecução de um conjunto de acções de ordenamento do território, de desenvolvimento rural, de sensibilização, de prevenção, de vigilância e fiscalização e de combate aos incêndios”.
Dados da Autoridade Florestal Nacional (AFN) indicam que, entre 01 de Janeiro e 30 de Setembro de 2010, os fogos florestais provocaram 125 mil hectares de área ardida.
O presidente da Protecção Civil, Arnaldo Cruz, admitiu recentemente cortes na ordem dos 20 por cento para o combate aos incêndios florestais, com destaque nos meios aéreos usualmente disponibilizados, mas asseverou estarem reunidas as condições para erguer um dispositivo igualmente eficaz este ano.
“Estamos a equacionar um dispositivo igualmente capaz mas eventualmente mais flexível. Quando não houver meios aéreos em sítios onde estariam previstos, pois encontraremos forma de aí colocar equipas terrestres de resposta imediata”, disse o presidente da ANPC, que fez estas declarações no dia 27 de Março, em Viseu, durante a cerimónia de celebração do 125.º aniversário do corpo de voluntários da cidade.
Arnaldo Cruz fez ainda notar que decorre uma “análise, um trabalho, com todo o cuidado, em colaboração com todos os distritos”, para procurar as melhores soluções, apontando que, havendo, “e isso é um facto”, uma redução do número de meios aéreos, relativamente ao ano passado, serão encontradas soluções que possam suprir essa falta.
Face às declarações do responsável da Protecção Civil, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) disse existirem “razões para preocupação” com a redução de meios, devido à crise, para o combate aos incêndios florestais este ano.
O vice-presidente da LBP, Rui Silva, manifestou as inquietações da organização nacional de bombeiros, face às perspectivas de, a um verão “muito quente”, corresponder um corte nos meios de combate aos fogos.
Insistindo nas preocupações, o representante da Liga de Bombeiros Portugueses, associando a “crise política” ao “verão quente” que se aproxima, defendeu a urgência de preparar as coisas de forma a que a crise financeira não se intrometa de forma grave no essencial do combate aos fogos nas florestas portuguesas.
Apesar das inquietações, Rui Silva garantiu que os “os bombeiros portugueses não vão deixar o país descalço” perante as adversidades, reafirmando o empenho pessoal destes na supressão das dificuldades que emergirem da diminuição de meios e verbas.