FMI bate à porta pela terceira vez desde 1977
A primeira vez que o FMI “aterrou na Portela”, como ilustrou o cantor José Mário Branco numa das suas obras mais emblemáticas, justamente chamada “FMI”, foi em 1977, quando Ramalho Eanes era Presidente da República e Mário Soares era primeiro-ministro do primeiro Governo Constitucional.
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A primeira vez que o FMI “aterrou na Portela”, como ilustrou o cantor José Mário Branco numa das suas obras mais emblemáticas, justamente chamada “FMI”, foi em 1977, quando Ramalho Eanes era Presidente da República e Mário Soares era primeiro-ministro do primeiro Governo Constitucional.
Então, com uma taxa de desemprego superior a sete por cento, bens racionados, inflação crescente, conflitualidade política e o escudo desvalorizado, o FMI interveio pela primeira vez desde que Portugal aderiu à instituição, em 1960.
Na bagagem trouxe “pacotes” que se traduziram em redução de salários e subida de impostos, entre outras medidas.
Em 1983, Mário Soares era novamente primeiro-ministro, desta vez à frente do Governo do Bloco Central, com o PPD-PSD de Mota Pinto.
Com o desemprego acima dos onze por cento e uma dívida externa galopante devido à subida das taxas de juro internacionais, o FMI emprestou 750 milhões de dólares e novamente impôs cortes nos salários da Função Pública, aumentos de preços, travão ao investimento público e cortes nos subsídios de Natal, entre outras medidas.
O primeiro-ministro anunciou que o Governo português fez um pedido de assistência financeira à Comissão Europeia, decisão que adiantou ter sido comunicada ao Presidente da República.
O Fundo Monetário Internacional já se manifestou “pronto para ajudar” Portugal, se a ajuda vier a ser solicitada, disse hoje à Lusa fonte oficial da instituição financeira internacional.
“Vimos as declarações do primeiro-ministro José Sócrates e do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, sobre a intenção de Portugal pedir a activação de mecanismos de apoio financeiro”, disse à Lusa a porta-voz do FMI em Washington.
“Não recebemos um pedido de ajuda financeira. Estamos prontos para ajudar Portugal”, adiantou, escusando-se a responder a mais perguntas.