Teixeira dos Santos: É necessário recorrer à ajuda externa da Europa
Num conjunto de questões colocadas pelo diário, à pergunta “Portugal deve pedir ajuda já, conforme apelam os banqueiros e os economistas em geral? A dimensão da dívida que se tem que pagar daqui a um ano não o preocupa?”, Teixeira dos Santos respondeu por escrito: “O país foi irresponsavelmente empurrado para uma situação muito difícil nos mercados financeiros. Perante esta difícil situação, que podia ter sido evitada, entendo que é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu em termos adequados à actual situação política. Tal exigirá, também, o envolvimento e o comprometimento das principais forças e instituições políticas nacionais.”
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Num conjunto de questões colocadas pelo diário, à pergunta “Portugal deve pedir ajuda já, conforme apelam os banqueiros e os economistas em geral? A dimensão da dívida que se tem que pagar daqui a um ano não o preocupa?”, Teixeira dos Santos respondeu por escrito: “O país foi irresponsavelmente empurrado para uma situação muito difícil nos mercados financeiros. Perante esta difícil situação, que podia ter sido evitada, entendo que é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu em termos adequados à actual situação política. Tal exigirá, também, o envolvimento e o comprometimento das principais forças e instituições políticas nacionais.”
Teixeira dos Santos revela ainda que no leilão de Bilhetes de Tesouro realizado hoje mais de 90 por cento da procura veio de entidades portuguesas, o que mostra a dificuldade do país para atrair, nesta fase, investidores estrangeiros. O ministro nega, no entanto, qualquer participação no leilão dos fundos da Segurança Social.
Em relação à pressão dos mercados, Teixeira dos Santos diz que “o Ministério das Finanças tem estado vigilante e diligente no acompanhamento da situação”, garantindo que “Portugal honrará todos os seus compromissos”.
Até ao momento, não foi possível obter um esclarecimento por parte do gabinete do primeiro-ministro.
Já o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, tinha admitido um recurso a ajuda externa. “Se tiver de agir, em matéria de financiamento externo, o Governo, que tanto tem procurado poupar o país, agirá patrioticamente, como sempre, em defesa do interesse nacional”, disse hoje Lacão na última reunião plenária da legislatura.
Foi a segunda voz socialista a admitir este cenário – depois do líder parlamentar do PS, Francisco Assis –, embora o Governo tenha negado hoje estar a negociar com a União Europeia um pedido de ajuda intercalar para satisfazer as necessidades de financiamento de curto prazo, como avançara o Financial Times hoje em manchete.
Última actualização às 20h12