Fenprof promete voltar a encher a Avenida da Liberdade no dia 2 de Abril
A garantia foi dada hoje por Mário Nogueira, segundo o qual estão já completos vários autocarros para transportar docentes de todo o país até Lisboa. O líder da Fenprof falava à porta do Ministério da Educação, onde hoje teve início um ciclo de protestos sobre a situação dos professores e os cortes financeiros no sector.
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A garantia foi dada hoje por Mário Nogueira, segundo o qual estão já completos vários autocarros para transportar docentes de todo o país até Lisboa. O líder da Fenprof falava à porta do Ministério da Educação, onde hoje teve início um ciclo de protestos sobre a situação dos professores e os cortes financeiros no sector.
“É preciso, é urgente uma política diferente” e “Queremos a aposentação muito antes do caixão” foram algumas das palavras de ordem entoadas na avenida 5 de Outubro, onde se encontra o gabinete da ministra da Educação, Isabel Alçada.
No estacionamento frente ao edifício foi edificado um castelo de cartas, com a imagem de outros ministros do Governo socialista, nomeadamente do Trabalho, Helena André, da Cultura, Gabriela Canavilhas, da Economia, Vieira da Silva e da Administração Interna, Rui Pereira.
O primeiro-ministro, José Sócrates, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, foram igualmente visados na encenação e nas rábulas teatrais que decorreram hoje de manhã.
De acordo com Mário Nogueira, trata-se do lançamento de um ciclo de iniciativas que pretendem transformar a 5 de Outubro num “manifestódromo”, em preparação da Grande Marcha pela Educação, a realizar no próximo dia 2 e para qual a Fenprof espera milhares de pessoas. Mário Nogueira frisou que este ano foram já eliminados cinco mil professores do sistema educativo, antevendo o despedimento de mais 30 mil a 40 mil no próximo ano lectivo, que se inicia em Setembro, devido às medidas de contenção da despesa do Estado.
Em vez de cortar nos professores, o Governo devia cortar na administração educativa, defendeu o dirigente sindical, criticando o PEC IV (actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento), que prevê uma poupança de 450 milhões de euros na Educação em 2012 e 2013, dos quais 300 no próximo ano. Os dirigentes e delegados sindicais hoje reunidos à porta do Ministério da Educação aprovaram uma moção em que dizem não poder continuar a ser alvo da “fúria economicista” do Governo.
Para a Fenprof, o PEC IV é a continuação dos anteriores do Orçamento do Estado, que deveria resolver os problemas do défice ao longo do ano. Porém, ainda não passaram três meses e já são anunciadas mais “medidas draconianas”, como a poupança de 450 milhões de euros em dois anos com o reordenamento da rede escolar, ou seja, “nos encerramentos de escolas” e na criação de “mega-agrupamentos”, frisou Mário Nogueira. “É bom que se diga que, na maior parte dos casos, esse dinheiro corresponde a empregos, a professores necessários para dar as respostas que têm de dar”, sublinhou.
O dirigente da Fenprof lembrou também as medidas que afectam muitos outros portugueses, como o corte nos salários, nas reformas, nas aposentações, o agravamento dos impostos e a dificuldade de acesso à saúde. “Eu acho que o que estão fazer é tentar destruir a esperança dos portugueses no futuro, mas nós estamos cá para defender esse futuro”, prometeu.