Narcotraficantes evadidos em 18 de Janeiro localizados pela PJ na Apúlia

Foto
Os detidos evadiram-se de uma carrinha celular em Janeiro Rui Gaudêncio (arquivo)

Segundo revelou ao PÚBLICO uma fonte oficial da UNCTE, o sucesso da operação de localização e recaptura foi facilitado por informações fornecidas aos investigadores daquele departamento por parte da Polícia Federal Brasileira. Embora a evasão de detidos seja da competência da PSP, por iniciativa da direcção da PJ e do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), a UNCTE foi encarregada das investigações.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Segundo revelou ao PÚBLICO uma fonte oficial da UNCTE, o sucesso da operação de localização e recaptura foi facilitado por informações fornecidas aos investigadores daquele departamento por parte da Polícia Federal Brasileira. Embora a evasão de detidos seja da competência da PSP, por iniciativa da direcção da PJ e do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), a UNCTE foi encarregada das investigações.

O cerco começou a apertar-se há cerca de 20 dias, na sequência de informações obtidas, através da cooperação judiciária internacional e de diligências de vigilância no terreno. No domingo passado, um casal com ligações familiares a um dos evadidos desembarcou no aeroporto de Pedras Rubras, nos arredores do Porto, e os seus movimentos foram controlados.

Ontem, quando os responsáveis da UNCTE apuraram a localização exacta dos evadidos, obtiveram logo os mandados de buscas graças à disponibilidade e prontidão revelada por procuradores do DCIAP e pelo juiz Carlos Alexandre, titular do Tribunal Central de Investigação e Acção Penal. O comunicado emitido hoje pela PJ salienta isso mesmo, frisando que, “para o êxito da presente operação foi essencial a excelente articulação e disponibilidade demonstrados pelos magistrados titulares da investigação no DCIAP e TCIC”.

Indocumentados

Os dois narcotraficantes conseguiram conivências e aproveitaram facilidades para neutralizar a acção dos guardas prisionais, quando na tarde de 18 de Janeiro, foram abertas as portas do carro celular que os transportou até ao DCIAP, na Rua Alexandre Herculano, em Lisboa, onde viajava um arguido no mesmo inquérito. Munidos de gás pimenta neutralizaram os guardas e sob ameaça apoderaram-se de uma viatura que mais tarde seria encontrada abandonada.

Ambos conseguiram iludir a intensa acção desencadeada nas horas seguintes à evasão, mas não conseguiram ausentar-se do país por não disporem de documentos. O casal que desembarcou em Pedras Rubras, no passado domingo, trazia elementos destinados à falsificação de documentação.

No Departamento de Investigação e de Acção Penal de Lisboa está pendente um inquérito relacionado com a rocambolesca fuga à entrada do DCIAP, estando ambos os arguidos indiciados por evasão e ofensas corporais aos guardas prisionais. A Direcção-Geral dos Serviços Prisionais já concluiu um inquérito interno, que foi remetido para o DCIAP, relacionado com a fuga, que terá sido facilitada pelo acesso ilícito dos arguidos a gás pimenta e à forma como ambos estavam algemados, com as mãos encostadas à barriga e não atrás das costas, como é aconselhado nas escolas de formação de polícia.

Notícia actualizada às 17h18