Reconstrução dos budas de Bamiyan terá que ser adiada

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Reconstrução gráfica dos budas DR/Technische Universitaet Muenchen

A decisão foi tomada na sede da Unesco, em Paris, em duas reuniões onde os dirigentes afegãos, incluindo os ministros da Cultura e do Desenvolvimento Urbano e o governador de Bamiyan, estiveram presentes e debateram a situação actual com a equipa de investigadores internacionais envolvidos no projecto da Universidade Técnica de Munique.

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A decisão foi tomada na sede da Unesco, em Paris, em duas reuniões onde os dirigentes afegãos, incluindo os ministros da Cultura e do Desenvolvimento Urbano e o governador de Bamiyan, estiveram presentes e debateram a situação actual com a equipa de investigadores internacionais envolvidos no projecto da Universidade Técnica de Munique.

“Uma reconstrução total dos Budas não deve ser considerada de momento, tendo em conta os dados científicos presentemente disponíveis e de acordo com as melhores estimativas sobre os recursos disponíveis e os custos”, pode-se ler no comunicado publicado no site da Unesco.

Nas mesmas reuniões ficou decidido que a ala ocidental do vale vai ficar como está agora, para as pessoas não se esquecerem da violência que ali aconteceu em 2001 quando os talibãs bombardearam a zona destruindo um dos maiores complexos budistas.

Ao mesmo tempo, os trabalhos para “salvaguardar o conjunto da paisagem cultural do vale” vão continuar. Está agora a ser estudada a possibilidade de construção de um museu central em Bamiyan e outros pequenos museus no local para preservar e expor as descobertas realizadas no vale.

Há uma semana atrás, os investigadores, que estudavam o processo de reconstrução dos budas, já tinham mencionado as dificuldades que o processo implicava, devido à sua complexidade. Ou se constrói uma pequena fábrica no vale Bamiyan, onde estão os budas, ou então as mais de 1400 pedras, que pesam mais de duas toneladas, terão de viajar até aos laboratórios na Alemanha, onde o buda, o mais pequeno, seria depois reconstruído.

O objectivo com os trabalhos na zona é fazer com que o local saia da lista de bens culturais em perigo já em 2013.

No comunicado emitido hoje, a Unesco avança que o vale de Bamiyan é “único pelo seu património cultural material e imaterial” e deve servir para “transformar um acto destruidor numa oportunidade para fomentar a tolerância, o desenvolvimento e a cultura”.