Igualdade de Sexos

Reza a frase que "por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher" - mas, no caso verídico que "Igualdade de Sexos" romanceia, as mulheres não têm mesmo nenhum grande homem à frente, fartam-se de ser espezinhadas e decidem erguer-se pelos seus direitos.

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Reza a frase que "por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher" - mas, no caso verídico que "Igualdade de Sexos" romanceia, as mulheres não têm mesmo nenhum grande homem à frente, fartam-se de ser espezinhadas e decidem erguer-se pelos seus direitos.


O filme do inglês Nigel Cole é a história das operárias da fábrica inglesa da Ford em Dagenham, no Leste de Londres, que, em 1968, cansadas de receberem menos que os homens e de não serem levadas a sério como operários, partiram para a greve e, sem terem noção do que estavam a fazer, puseram a Inglaterra fabril de joelhos. Antes que se pense, contudo, que estamos perante mais uma obra do neo-realismo inglês, Cole conta a história das mulheres de Dagenham como uma "Britcom" optimista e solarenga que fala sem esforço de coisas sérias com a despreocupação e o bom humor que costumamos identificar com os "swinging sixties".

É fita eficaz e simpática, com o rigor de reconstituição e a qualidade de representação a que a produção inglesa nos habituou, com bonecos bem sacados de Sally Hawkins (a líder relutante da revolta feminina), Bob Hoskins (o sindicalista que se vê ultrapassado pelos acontecimentos) e Miranda Richardson (a ministra secretamente apoiante das mulheres), mesmo que sem sinais particulares que a distingam de tantas outras "Britcoms" sobre gente que toma o destino nas mãos, como "Ou Tudo ou Nada" por exemplo. E a diferença entre isto e "O Discurso do Rei", para que conste, é mínima: são ambos boas histórias bem contadas, que só o "cair no goto" separou quando foi altura de somar as votações para as nomeações nos Óscares...