Blair telefonou a Khadafi pedindo o fim da violência
Com base em informações de fontes do Governo britânico, o jornal avança que no primeiro contacto Blair – que estendeu “a mão da amizade” a Khadafi no chamado “acordo do deserto” em 2004 – instou o líder líbio ao fim da violência, face aos relatos de que helicópteros dispararam sobre os manifestantes, e que aviões os bombardearam.
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Com base em informações de fontes do Governo britânico, o jornal avança que no primeiro contacto Blair – que estendeu “a mão da amizade” a Khadafi no chamado “acordo do deserto” em 2004 – instou o líder líbio ao fim da violência, face aos relatos de que helicópteros dispararam sobre os manifestantes, e que aviões os bombardearam.
Mais tarde, o antigo primeiro-ministro britânico, “após consultas” com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, terá recebido a indicação de que Londres preferia simplesmente que Khadafi se demitisse, tendo Blair aceitado voltar a telefonar para transmitir essa mensagem. O "Independent" sugere que o Governo britânico não teria ainda conhecimento do primeiro "telefonema secreto" de Blair para Khadafi.
Blair, que é actualmente o enviado especial do quarteto para o Médio Oriente, desempenhou um papel fundamental na reabilitação de Khadafi com o Ocidente há sete anos, quando o coronel renegou quaisquer ligações ao terrorismo global e ambições de armamento de destruição maciça, em troca de ajuda internacional na exploração petrolífera na Líbia. Logo então esta aproximação foi duramente criticada, considerando um “erro” negociar com o mesmo homem que apoiara o IRA e instigara o atentado bombista de Lockerbie.
Segundo o "Independent", Khadafi terá ignorado totalmente os apelos feitos por Blair na sexta-feira. O seu belicoso discurso naquela mesma tarde na Praça Verde de Trípoli – no qual descreveu os manifestantes anti-regime como “baratas e ratos” e jurou armar todos os seus apoiantes para combater a revolta – foi feito já depois do primeiro telefonema do antigo primeiro-ministro britânico.