Liedson fez a festa da sua despedida sozinho
O avançado, que chegou a acordo com o Sporting para sair, pediu uma despedida em grande. E não parecia um pedido muito difícil: a Naval é a última classificada e é uma das equipas que mais golos sofreram de Liedson (encaixou o décimo golo, mais só o Benfica). Melhor: a equipa da Figueira da Foz chegou a Alvalade com o pior ataque da Liga (apenas 11 golos e sem nunca ter marcado mais de dois num jogo). Esta sexta-feira, apontou três e saiu com 14, os mesmo que o Olhanense, próximo adversário dos “leões”).
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O avançado, que chegou a acordo com o Sporting para sair, pediu uma despedida em grande. E não parecia um pedido muito difícil: a Naval é a última classificada e é uma das equipas que mais golos sofreram de Liedson (encaixou o décimo golo, mais só o Benfica). Melhor: a equipa da Figueira da Foz chegou a Alvalade com o pior ataque da Liga (apenas 11 golos e sem nunca ter marcado mais de dois num jogo). Esta sexta-feira, apontou três e saiu com 14, os mesmo que o Olhanense, próximo adversário dos “leões”).
Nada disto, no entanto, parecia funcionar a favor dos sportinguistas, que enfrentaram um fantasma que sofre das mesmas agruras: ambos possuem mais pontos e vitórias fora das suas casas. Como anfitrião, o “leão” soma três vitórias (contra seis fora), enquanto a Naval ainda não pontuou na Figueira e leva dois triunfos fora. Com o incómodo de jogar em Alvalade, Paulo Sérgio preferiu fechar-se com três jogadores no meio-campo.
Este equívoco durou (longos) 27 minutos. O técnico prescindiu de Zapater e fez entrar Salomão, juntando Postiga a Liedson. Nem quatro minutos durou a fazer efeito – o Sporting chegou ao golo graças ao ex-Real Massamá, que desmarcou Postiga e, na recarga, Liedson fez o que já fez tantas vezes. Seria a despedida perfeita: golo e vitória na hora do adeus.
Mas a equipa de Mozer, que se apresentou ofensiva, com três avançados, respondeu, contando com a infantilidade de Evaldo (fez um dos penáltis mais patetas da temporada) e do resto da defesa, que no segundo golo da Naval ficou estática a ver Simplício marcar.
Derrotado ao intervalo – um sentimento já experimentado pelos adeptos sportinguistas esta época no final dos jogos ante V. Guimarães e Paços de Ferreira – os “leões” voltaram com vontade, mas pouca cabeça. E não fosse a mão na área de Camora (que Postiga aproveitou para fazer golo de penálti) e podia ter sido uma noite ainda mais fria para os sportinguistas.
Liedson ainda tentou marcar a grande penalidade, mas regras são regras e, visto ser este um dos piores capítulos do brasileiro, cedo desistiu da intenção. Se o ex-portista marcou, Godeméche fez o mesmo.
Quando o “leão” parecia recuperar, o francês fez questão de pôr à prova Rui Patrício – e este falhou, parecendo mal batido. A casa dos equívocos virou um suplício para os jogadores leoninos e para o treinador. Enquanto as claques invectivavam Paulo Sérgio e Costinha (e numa das bancadas houve mesmo a ousadia de um cartaz com o dito “Liedson resolve... virar a cara à luta”), respondeu o “Levezinho” mais uma vez. A mostrar que não era verdade, o brasileiro ainda marcou o golo do empate nos descontos. Foi insuficiente para a vitória, mas na hora de pegar o microfone para se despedir, o estádio rendeu-se ao brasileiro. E este respondeu com lágrimas, olhando para um pano estendido atrás do banco de suplentes: “Liedson não te vás embora sem me deixares a tua camisola”, com colagens de capas de jornais com a sua fotografia – “com carinho para ti”.
Os jogadores do Sporting, no meio do relvado a ouvir as palavras de Liedson, abraçaram-no quando este chorou. Saíram depois cabisbaixos. A razão é simples: na noite de despedida de um dos maiores goleadores do clube, a equipa, frente à pior formação da Liga, perdeu pontos e poderá ficar ainda mais longe do segundo e primeiro lugares.
POSITIVO e NEGATIVO
+
Liedson
Mesmo na despedida foi o homem do jogo. Disse-o o treinador adversário e todos os que assistiram ao jogo. Marcou o primeiro e o último golo da noite, que era para ser só dele. Só não foi porque a equipa o voltou a trair.
-
Defesa do Sporting
Parecia uma defesa dos juvenis. Primeiro foi Evaldo com um penálti imbecil, depois, no segundo golo, ficaram a ver jogar e no terceiro Rui Patrício foi mal batido. E era o pior ataque da Liga...
Naval, 3
Jogo no Estádio José Alvalade, em Lisboa.Assistência
20.549 espectadores.
Rui Patrício
4, Abel
5(Cristiano
-, 86’), Carriço
6, Polga
5, Evaldo
3, Pedro Mendes
5, Zapater
-(Salomão
6, 28’), André Santos
4(Matías Fernández
5, 75’), Vukcevic
5, Hélder Postiga
5e Liedson
8.
TreinadorPaulo Sérgio.
NavalSalin
5, Carlitos
6, Gomis
6, João Real
6, Camora
5, Manuel Curto
6, Marinho
6(João Pedro
5, 64’), Edivaldo
5(Giuliano
5, 64’), Godemèche
7, Simplício
6e Fábio Júnior
6(Previtali
-, 83’).
TreinadorCarlos Mozer.
ÁrbitroBruno Esteves
5, de Setúbal.
AmarelosLiedson (28’), Camora (35’), Evaldo (42’), Abel (61’).
Golos1-0, por Liedson, aos 33’; 1-1, por Fábio Júnior (g.p.), aos 43’; 1-2, por Simplício, aos 45’+1’; 2-2, por Hélder Postiga (g.p.), aos 60’; 2-3, por Godemèche, aos 67’; 3-3, por Liedson, aos 90’.
Notícia actualizada às 23h07