Coreia do Norte tem mais centrais nucleares secretas

Foto
O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak , tem esperança no sucesso das conversações Blue House/Reuters

Num relatório que compila “provas” reunidas pelo cientista nuclear norte-americano Siegfried Hecker – que visitou uma central secreta em Novembro passado – os peritos da ONU crêem que as centrifugadoras de enriquecimento de urânio então detectadas eram “muito provavelmente” oriundas de outras centrais que o regime de Pyongyang “mantém em segredo”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Num relatório que compila “provas” reunidas pelo cientista nuclear norte-americano Siegfried Hecker – que visitou uma central secreta em Novembro passado – os peritos da ONU crêem que as centrifugadoras de enriquecimento de urânio então detectadas eram “muito provavelmente” oriundas de outras centrais que o regime de Pyongyang “mantém em segredo”.

Responsáveis norte-coreanos mostraram a Hecker, professor e investigador da Universidade de Stanford, uma central de processamento de urânio aparentemente funcional a cem por centro dentro do complexo de Yongbyon, cuja existência não era até então conhecida.

O documento dos peritos da ONU foi entregue na semana passada ao Conselho de Segurança e o seu conteúdo ainda não tornado público na totalidade, com algumas das informações nele contidas tendo porém sido divulgadas por alguns diplomatas, sob anonimato, à Bloomberg.

Entretanto, hoje, o ministro da Defesa sul-coreano, revelou que Pyongyang e Seul deverão iniciar conversações preliminares a 8 de Fevereiro próximo, para tentar minorar as tensões entre os dois países, resultantes de uma série de incidentes no ano passado – que incluem o bombardeamento de uma ilha sul-coreana e o afundamento de um navio de guerra também sul-coreano, em que morreram o total de 50 pessoas. O objectivo destas primeiras reuniões é o de definir uma agenda para negociações mais avançadas, a um nível superior, muito possivelmente ministerial.

O Presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, já manifestou “esperanças elevadas” nestas conversações preliminares, as primeiras em muitos meses entre os dois países, sinalizando mesmo a possibilidade de vir a realizar-se uma cimeira – que Seul e Pyongyang tiveram apenas em 2000 e 2007. “Não o nego, podemos ter uma cimeira se necessário”.