PJ faz buscas em dez farmácias de Lisboa

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A operação surge depois do ministério ter admitido a existência de prescrição ou consumo excessivo de antipsicóticos Foto: Paula Abreu/arquivo

Segundo fonte policial citada pela Lusa, a operação ainda estava a decorrer esta tarde, sem adiantar mais pormenores.

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Segundo fonte policial citada pela Lusa, a operação ainda estava a decorrer esta tarde, sem adiantar mais pormenores.

Em Novembro passado, a ministra da Saúde avançou que a Polícia Judiciária estava a investigar casos de suspeitas de prescrição irregular de medicamentos antidepressivos e antipsicóticos. Um mês antes da revelação por Ana Jorge, o ministério tinha revogado uma portaria que previa um acréscimo de comparticipação do Estado na compra de psicofármacos a doentes com patologias especiais, como a esquizofrenia.

Ana Jorge lembrou na altura que esta portaria foi revogada por ter sido encontrada uma “série de irregularidades”, adiantando que alguns dos casos estavam a ser investigados. Após o anúncio de que a portaria iria ser revogada, o Ministério da Saúde alegou a prescrição “pouco racional” de fármacos do foro psiquiátrico em Portugal. “Era urgente suspender a portaria. Tínhamos encontrado uma série de irregularidades com o uso da portaria e a única maneira de parar com essas irregularidades, algumas muito graves, era suspender”, disse a ministra. “Aquilo que constatámos foi uma prescrição ou, pelo menos, um consumo excessivo de determinados medicamentos antipsicóticos e antidepressivos. Talvez com maior incidência na região de Lisboa”, adiantou.

Esta operação da Polícia Judiciária surge ainda depois de a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde ter feito várias participações ao Ministério Público e respondido a solicitações da Polícia Judiciária na área do medicamento, segundo uma fonte do sector citada pela Lusa. Este organismo tutelado pelo ministério de Ana Jorge tem vindo a actuar a nível nacional na área do medicamento, na qual se incluem as farmácias, adiantou a mesma fonte. As investigações em causa envolvem suspeitas de fraude, nomeadamente ao nível do receituário.

Associação Nacional de Farmácias satisfeita com operação

Apesar de afirmar que desconhece a operação da PJ, o presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF) mostrou-se “muito satisfeito” com a investigação. “Ficamos muito satisfeitos por o Estado investigar rigorosamente tudo o que há para investigar”, disse João Cordeiro, sublinhando que “mesmo que seja um euro, vale a pena ser investigado”.

O responsável da ANF lembrou, contudo, que todos os anos a associação “entrega oficialmente ao Ministério da Saúde o crescimento das vendas das farmácias, bem como dos medicamentos que mais cresceram”. “Temos sempre uma posição pró-activa no sentido de o Ministério da Saúde ter todos os elementos para controlar rigorosamente o sector”, frisou.