Mário Soares considera que Cavaco Silva foi “rancoroso” no discurso de vitória

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Mário Soares lembrou que considerou um erro de Sócrates o apoio do PS a Manuel Alegre Foto: Miguel Manso/arquivo

Mário Soares lamenta as palavras escolhidas por Cavaco Silva no discurso de vitória, na noite de 23 de Janeiro. “Em lugar de ser generoso e magnânimo para com os vencidos, foi rancoroso. O que, além de lhe ficar mal, quanto a mim, representa um erro político grave que divide Portugal precisamente quando mais o devia unir”, escreve o antigo presidente no DN. Em vez disso, o discurso deveria ter sido “positivo, voltado para o futuro”.

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Mário Soares lamenta as palavras escolhidas por Cavaco Silva no discurso de vitória, na noite de 23 de Janeiro. “Em lugar de ser generoso e magnânimo para com os vencidos, foi rancoroso. O que, além de lhe ficar mal, quanto a mim, representa um erro político grave que divide Portugal precisamente quando mais o devia unir”, escreve o antigo presidente no DN. Em vez disso, o discurso deveria ter sido “positivo, voltado para o futuro”.

Em contraste com o tom de Cavaco Silva, surge, no seu entender, Pedro Passos Coelho. “Proferiu um discurso politicamente responsável, muito equilibrado e inteligente”, considerou.

Mário Soares voltou a lembrar que considerou um “erro de Sócrates, grave, sobretudo para o futuro do PS, visto que ia dividi-lo” o apoio do partido a Manuel Alegre. “Não o disse por ressentimento, como alguns comentadores afirmaram. Mas tão-só em defesa do partido de que fui um dos fundadores. Por essa mesma razão, fiquei calado e não apoiei nenhum candidato.”

No mesmo artigo, Mário Soares garante que Fernando Nobre avançou para uma candidatura presidencial “pela sua própria cabeça”. “Não fui eu que o empurrei para candidato”, declara.

Mário Soares lamenta ainda que os debates que antecederam estas eleições não tenham trazido “ideias novas quanto aos problemas que mais interessam os portugueses: como viver a crise global que nos afecta (...) e, principalmente, como sair dela”.