Pelo menos 35 mortos em explosão num aeroporto de Moscovo

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“A explosão aconteceu na zona de entrega de bagagens do terminal de chegada dos voos internacionais”, disse à agência Interfax uma responsável da aerogare. “Há muitos feridos. O local está cheio de fumo”, acrescentou uma testemunha à Itar-Tass.

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“A explosão aconteceu na zona de entrega de bagagens do terminal de chegada dos voos internacionais”, disse à agência Interfax uma responsável da aerogare. “Há muitos feridos. O local está cheio de fumo”, acrescentou uma testemunha à Itar-Tass.

Domodedovo, situado a cerca de 50 quilómetros do centro de Moscovo, é o maior aeroporto internacional do país e um dos três que serve a capital russa, juntamente com Sheremetievo e Vnukovo. Todos os outros aeroportos da capital, bem como o metro moscovita, estão sob alta vigilância das autoridades, que já qualificaram o ataque de "atentado terrorista".

O ataque ocorreu às 13h32 em Lisboa e as suspeitas recaem sobre grupos fundamentalistas islâmicos, numa altura em que a Rússia se prepara para a realização de eleições presidenciais, no próximo ano. O Presidente Dmitri Medvedev já adiou a sua partida para Davos, na Suíça, para onde deveria deslocar-se amanhã para participar no Fórum Económico e Social, adiantou à agência RIA Novosti a sua porta-voz, Natalia Timakova. Em declarações à televisão estatal, Medvedev anunciou que será iniciada uma investigação sobre o ataque.

O explosivo usado teria uma potência equivalente a 5 quilos de TNT. "Foi activado na zona das chegadas internacionais por um terrorista kamikaze, segundo as nossas informações iniciais", disse à agência Interfax uma fonte policial, que adiantou estarem a ser procuradas três pessoas presumivelmente implicadas no ataque.

Testemunhas relataram aos jornalistas que vários corpos ficaram espalhados pelo chão do aeroporto e que o local ficou envolto numa enorme nuvem de fumo após a explosão. "Estava nas chegadas, à espera de um colega que ia chegar da Alemanha", contou um homem que se identificou apenas como Dmitri à rádio City FM, citada pela AFP. "Estávamos a 15 metros da explosão, atrás de uma coluna, e foi essa coluna e um painel publicitário que nos protegeram", explicou.

"Muitos dos feridos saíram para a rua, em estado de choque, até que começaram a anunciar por onde deveríamos sair", contou à Reuters Yekaterina Alexandrova, uma tradutora que estava à espera de um cliente no aeroporto.

Briton Mark Green, passageiro de um voo da British Airways que aterrou no aeroporto de Domodedovo antes da explosão, contou à BBC que havia milhares de pessoas na zona de recolha de bagagem. "Estávamos a caminhar para as chegadas e houve uma explosão, um grande estrondo... os meus colegas e eu olhámos uns para os outros, parecia um carro armadilhado". Todos os voos para aquele aeroporto foram suspensos após o ataque e encaminhados para o aeroporto de Sheremetevo.

O Presidente norte-americano Barack Obama condenou este "acto de terrorismo contra o povo russo", através de um comunicado divulgado pelo porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. E também o Governo alemão condenou o atentado através de uma mensagem enviada pela chanceler Angela Merkel ao Presidente russo. "Fiquei horrorizada com a notícia deste atentado cometido no aeroporto de Domodedovo em que muitas pessoas perderam a vida e muitas ficaram feridas", disse Merkel, que enviou condolências aos familiares das vítimas. Também a NATO enviou uma mensagem de condolências ao Governo russo.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse através do seu porta-voz, Farhan Haq, ter ficado "horrorizado" com o atentado e condenou este "acto de violência deplorável e injustificável contra inocentes". E também o secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rassmussen, disse ter ficado "chocado" com o ataque.

O atentado não foi reivindicado, mas as suspeitas recaem sobre a guerrilha islamista do Cáucaso do Norte.

O último atentado deste género em Moscovo ocorreu em Março de 2010, quando duas mulheres provenientes do Daguestão cometeram um ataque suicida no metro da capital russa que causou 40 mortos.

notícia actualizada às 21h45