Tu Que Vives
Ame-se ou odeie-se - e pior, ame-se e odeie-se no espaço do mesmo filme - não há mais ninguém a filmar como Roy Andersson, um dos grandes eremitas reclusos do cinema moderno, com apenas quatro filmes em 40 anos de carreira ("Tu que Vives" é o mais recente e o próximo ainda nem sequer começou a ser rodado).
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Ame-se ou odeie-se - e pior, ame-se e odeie-se no espaço do mesmo filme - não há mais ninguém a filmar como Roy Andersson, um dos grandes eremitas reclusos do cinema moderno, com apenas quatro filmes em 40 anos de carreira ("Tu que Vives" é o mais recente e o próximo ainda nem sequer começou a ser rodado).
Combinando a precisão maníaca do Tati da era "Playtime" com o absurdo levado às últimas consequências, o cinema de Andersson compõe-se de curtos sketches secos, de um humor negro quase desesperado, agrupados não por uma (inexistente) sequência narrativa mas por uma lógica sensorial. Mais trabalhado que o anterior "Songs from the Second Floor", construído com um requinte visual e formal meticuloso à volta de personagens que contam os seus sonhos aos espectadores, "Tu Que Vives" revela ao público português um talento absolutamente único que se recusa a encaixar em qualquer gaveta onde se queira arrumá-lo.