Ex-dirigentes do BPN integram comissão de honra de Cavaco

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O caso BPN persiste em dominar a campanha presidencial Foto: Daniel Rocha

A nacionalização do banco justificou a criação de uma comissão de inquérito à supervisão e nacionalização do BPN, o que não foi alheio ao facto de a sua falência ter tido repercussões na esfera política. A instituição possuía nos seus órgãos sociais ou na estrutura accionista dirigentes políticos do PSD no activo, sendo os mais emblemáticos Dias Loureiro, nomeado por Cavaco para o Conselho de Estado, e os ex-ministros Arlindo Carvalho, Daniel Sanches e Rui Machete. E clientes como Duarte Lima. Também Cavaco Silva, a filha e o genro eram clientes do BPN e accionistas, posição que largariam antes de Cavaco avançar para Belém.

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A nacionalização do banco justificou a criação de uma comissão de inquérito à supervisão e nacionalização do BPN, o que não foi alheio ao facto de a sua falência ter tido repercussões na esfera política. A instituição possuía nos seus órgãos sociais ou na estrutura accionista dirigentes políticos do PSD no activo, sendo os mais emblemáticos Dias Loureiro, nomeado por Cavaco para o Conselho de Estado, e os ex-ministros Arlindo Carvalho, Daniel Sanches e Rui Machete. E clientes como Duarte Lima. Também Cavaco Silva, a filha e o genro eram clientes do BPN e accionistas, posição que largariam antes de Cavaco avançar para Belém.

O Presidente disse ontem, nos Açores, que não falará mais sobre este assunto (ver texto nesta página).

A ligação de Abdool Vakil, economista e líder da comunidade islâmica, ao actual Presidente é antiga. Foram contemporâneos na faculdade, ambos passaram pelo Banco de Portugal, e o ex-presidente do Banco Efisa foi mandatário de Cavaco nas últimas presidenciais. E foi como presidente do Efisa, vendido por si em 2002 a Oliveira Costa, que passou a integrar a administração do BPN SGPS.

Alargamento ao PS

Mas a intenção de Oliveira Costa, principal arguido do processo BPN, era alargar a sua esfera de influência ao PS. Num email enviado a seu pedido, Vakil sugeriunomes ligados ao PS para integrarem os órgãos sociais do Efisa. José Lamego, Augusto Mateus e Guilherme Oliveira Martins chegaram a assumir funções no conselho superior do Efisa. Mas foram equacionados outros nomes como os de Fernando Castro, ex-chefe de gabinete de Pina Moura, e dos deputados socialistas Vera Jardim, João Cravinho e Alberto Costa.

Vakil foi duas vezes à comissão de inquérito. Os deputados questionaram-no sobre a existência do Banco Insular, com sede em Cabo Verde, e sobre o banco virtual usado por Oliveira Costa para esconder prejuízos e ocultar negócios ruinosos.

Os deputados quiseram ouvir ainda Joaquim Coimbra, Alberto Figueiredo e Fernando Fantasia. Este último parceiro de negócios de Oliveira Costa na área imobiliária, tendo estado envolvido na compra da Herdade de Rio Frio (Palmela, entre Alcochete e Montijo). Um negócio polémico, realizado duas semanas antes do anúncio da nova localização do aeroporto de Lisboa.

Já os empresários Joaquim Coimbra e Alberto Figueiredo eram grandes accionistas do BPN, através da SLN - a que o último actualmente preside. Os dois pertenciam ao grupo de 10 accionistas que no final de 2007 tentaram correr com Oliveira Costa e que, por imposição do Banco de Portugal, introduziram mudanças na estrutura organizativa do grupo.

Coimbra é um empresário de Tondela que já foi da Comissão Política Nacional do PSD. Recentemente a SLN Valor, maior accionista da SLN, avançou com um processo judicial contra Coimbra, pedindo a anulação de um contrato que permitiria ao empresário arrecadar 36 milhões de euros com a venda, à própria sociedade, de títulos da SLN Valor que lhe pertencem. A SLN Valor acusa Oliveira Costa do mesmo facto.