Sérvia pede inquérito sobre tráfico de órgãos no Kosovo ao TPI

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O primeiro-ministro kosovar Hashim Thaçi e acusado de liderar uma rede de tráfico de orgãos Hazir Reka/ REUTERS

O pedido foi feito numa carta enviada pelo ministro sérvio encarregado da cooperação com o TPI-J, Rasim Ljajic, na qual é especificada a exigência de uma investigação a Soren Jessen-Petersen, o qual chefiou a missão da Minuk entre 2004 e 2006.

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O pedido foi feito numa carta enviada pelo ministro sérvio encarregado da cooperação com o TPI-J, Rasim Ljajic, na qual é especificada a exigência de uma investigação a Soren Jessen-Petersen, o qual chefiou a missão da Minuk entre 2004 e 2006.

O caso do alegado tráfico de órgãos – em que a maior parte das vítimas foram prisioneiros sérvios detidos no Kosovo e depois levados para a Albânia entre 1999 e 2000 – foi revelado num relatório apresentado na semana passada pelo deputado suíço no Conselho da Europa Dick Marty. Nele são responsabilizados líderes independentistas do antigo Exército de libertação do Kosovo, incluindo o actual primeiro-ministro kosovar, Hashim Thaçi.

“O relatório fala de obstrução feita pela Minuk”, aponta Ljajic na carta enviada ao TPI-J, lembrando que a missão das Nações Unidas ponderou fazer uma investigação ao caso em 2004 acabando por anunciar que nem sequer a abriria por não existirem provas suficientes nem sequer relatos de um eventual tráfico de órgãos.

“Mas, em 2008 o nosso procurador para os crimes de guerra obteve 16 páginas dessa investigação e a Minuk deixou de negar a sua existência e enviou-nos todas as 25 páginas do inquérito”, prosseguiu aquele responsável governamental sérvio.

Além do pedido feito ao TPI-J, Ljajic defendeu igualmente, em declarações ao “Blic”, que a missão europeia no Kosovo (Eulex) abra também uma investigação “para esclarecer tudo” sobre este caso.