Mammuth

Depois das loucuras surrealizantes de "Louise-Michel", a mesma dupla, Gustave de Kervern e Benoît Delépine, regressa a um semelhante território de irrisão e onirismo e à mesma actriz, Yolande Moreau, para nos confrontar com mais um originalíssimo modo de recontar o real cinzento de um reformado (um imenso, nas várias acepções da palavra, Gérard Depardieu) que procura vestígios materiais das suas antigas ocupações.

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Depois das loucuras surrealizantes de "Louise-Michel", a mesma dupla, Gustave de Kervern e Benoît Delépine, regressa a um semelhante território de irrisão e onirismo e à mesma actriz, Yolande Moreau, para nos confrontar com mais um originalíssimo modo de recontar o real cinzento de um reformado (um imenso, nas várias acepções da palavra, Gérard Depardieu) que procura vestígios materiais das suas antigas ocupações.

No percurso, revisita o passado distante (as primeiras masturbações, a paixão pelas motas, uma paixão morta, tornado constante espectro, pretexto para figurar uma quase irreconhecível Isabelle Adjani) e encontra uma tresloucada sobrinha que constrói perturbantes esculturas, feitas de bonecos decepados. Delirante e obsessivo, embora por vezes algo desconexo, "Mammuth" é um interessantíssimo "road movie" em que a escrita automática dos surrealistas ganha renovados cambiantes. A ver com particular cuidado.