O som chegou pela primeira vez ao Prémio Turner e ganhou
Muita coisa mudou desde a primeira edição do Prémio Turner, criado em 1984. A arte e os artistas já não são os mesmos e, 26 anos depois, o som chegou e venceu. Susan Philipsz, de 45 anos, foi a primeira artista a trabalhar com soma fazer parte da lista final de candidatos ao mais importante prémio de arte britânica. Ontem ganhou os 30 mil euros.
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Muita coisa mudou desde a primeira edição do Prémio Turner, criado em 1984. A arte e os artistas já não são os mesmos e, 26 anos depois, o som chegou e venceu. Susan Philipsz, de 45 anos, foi a primeira artista a trabalhar com soma fazer parte da lista final de candidatos ao mais importante prémio de arte britânica. Ontem ganhou os 30 mil euros.
Apontada como favorita pelos críticos da imprensa britânica, a artista escocesa, nascida em Glasgow, ficou a saber que seria a escolhida numa cerimónia realizada ontem à noite na Tate Britain, em Londres.
A artista cria instalações com música e recorrendo à sua própria voz, explorando a forma como o espaço e o som se relacionam e influenciam mutuamente. "Interessa-me perceber como o som define o espaço e nos alerta para ele", disse Philipsz no vídeo de apresentação do trabalho, disponível no site do Channel 4, que transmitiu a cerimónia em directo. "O som tem efeitos psicológicos e consegue cativar-nos, despertar-nos", acrescentou.
Lowlands, o trabalho apresentado na Tate Britain e que lhe valeu o prémio, foi inspirado no original homónimo que desenvolveu em Glasgow, para a edição deste ano do Festival Internacional de Artes Visuais. Susan Philipsz pegou numa música tradicional escocesa - um lamento do século XVI de um marinheiro perdido no mar - e com ela fez uma instalação em três pontes da cidade. Quem sobre elas passava - de carro ou a pé - era convidado a descobrir de onde vinha o som.
"Quando estava a trabalhar no projecto, descobri que existiam três versões diferentes da mesma música e por isso decidi gravar as três e colocá--las em pontes", disse a artista, explicando que com isso quis "despertar os sentidos das pessoas" para aquilo que se passa debaixo daquelas estruturas viárias. "É que por cima é tudo muito bonito, mas por baixo é escuro."
Nos quatro finalistas estavam também o pintor Dexter Dalwood, a escultora Angela de la Cruz e o colectivo The Otolith Group.
O Turner Prize é um dos momentos mais aguardados do calendário das artes contemporâneas e anualmente distingue o que de melhor se faz no Reino Unido.
O prémio vai para o artista que mais se destacar em exposições ou outro tipo de apresentações durante o ano.
O júri desta edição contou com uma portuguesa, a directora do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Isabel Carlos.