PS abre porta a nova comissão de inquérito a Camarate na Assembleia da República
Diante de Passos Coelho e Paulo Portas - mais prudentes sobre uma futura coligação -, António Capucho, pelo PSD, José Vilaça, pelo CDS, recuperaram a ideia da "velha" aliança. Depois de, na semana passada, Freitas do Amaral ter defendido uma nova comissão de inquérito a Camarate, o PS mostra sinais de que está disponível para viabilizar uma iniciativa nesse sentido. Uma fonte da direcção da bancada liderada por Francisco Assis manifestou ao PÚBLICO a abertura dos socialistas para "mais uma oportunidade" ao esclarecimento do caso.
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Diante de Passos Coelho e Paulo Portas - mais prudentes sobre uma futura coligação -, António Capucho, pelo PSD, José Vilaça, pelo CDS, recuperaram a ideia da "velha" aliança. Depois de, na semana passada, Freitas do Amaral ter defendido uma nova comissão de inquérito a Camarate, o PS mostra sinais de que está disponível para viabilizar uma iniciativa nesse sentido. Uma fonte da direcção da bancada liderada por Francisco Assis manifestou ao PÚBLICO a abertura dos socialistas para "mais uma oportunidade" ao esclarecimento do caso.
O CDS já tem um texto preparado e quer "consensualizá-lo com todos", disse ontem Paulo Portas. O líder do CDS-PP considera que o Estado português "ainda não fez tudo" para apurar as circunstâncias da queda do avião em que morreram os dois governantes. "Do ponto de vista jurídico até já pode existir prescrição, mas a procura da verdade não prescreve", sustentou Portas. O líder centrista não quer que a iniciativa tenha "cariz partidário". Em sintonia, Passos Coelho também pretende que a iniciativa seja consensual. E rejeita que a nona comissão de inquérito a Camarate nasça "mecanicamente".
A decisão do PSD será tomada na próxima semana. Recorde-se que o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, já disse que os comunistas não faltarão com o apoio e o Bloco chegou mesmo a sugerir a reabertura do processo, já arquivado.
A memória de Sá Carneiro e de Amaro da Costa juntou ontem os dois líderes partidários, primeiro numa missa, depois numa sessão de homenagem aos dois políticos que morreram na queda do avião. A questão de uma nova aproximação dos dois partidos foi incontornável. "Já uma vez o referi e reafirmo aqui que a situação que o país vive exige hoje um esforço de todos os portugueses. E se um futuro Governo vier a ser constituído na sequência de umas eleições, que precise de ir buscar um pouco dessa força de todos os portugueses para acentuar um caminho de mudança que precisamos de fazer, esse Governo precisa de mais do que a legitimidade eleitoral de um só partido", declarou Pedro Passos Coelho aos jornalistas, na Universidade Católica, onde decorreu a sessão. Momentos antes, Paulo Portas salientou as diferenças entre os dois partidos mas para dizer que entre CDS e PSD "há mais capacidade de diálogo do que parece verificar-se entre PS, PCP e Bloco de Esquerda".
Mais claros foram José Cruz Vilaça e António Capucho. Assumindo-se como um "velho militante da AD", Cruz Vilaça desafiou: "Portugal precisa de uma nova ruptura, uma ruptura à Sá Carneiro, à Adelino Amaro da Costa." De seguida, António Capucho defendeu ser "obrigação moral ética e política do PSD e CDS envolverem-se num projeto comum de salvação nacional e seguir o exemplo de Francisco Sá Carneiro e de Adelino Amaro da Costa".