Rui Rio: Já fizemos comissões parlamentares que cheguem sobre Camarate
À margem da evocação dos 30 anos do desaparecimento de Francisco Sá Carneiro, no Porto, o ex-vice-presidente do PSD considerou que “já houve muitas comissões de inquérito”, recordando que fez parte de uma enquanto deputado e, acrescentou, ter ficado com a convicção de que não foi um acidente.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
À margem da evocação dos 30 anos do desaparecimento de Francisco Sá Carneiro, no Porto, o ex-vice-presidente do PSD considerou que “já houve muitas comissões de inquérito”, recordando que fez parte de uma enquanto deputado e, acrescentou, ter ficado com a convicção de que não foi um acidente.
“Se a Assembleia da República entender, tudo bem, mas já fizemos comissões políticas que cheguem para apurar a verdade. Entretanto, passaram-se 30 anos, cada um ficou com a sua convicção, o tempo do julgamento já lá vai”, disse Rui Rio aos jornalistas.
O presidente do CDS-PP anunciou depois das declarações de Rio que o seu partido vai propor a criação de uma nova comissão parlamentar de inquérito, aguardado que a proposta obtenha consenso na Assembleia da República.
Antes, o líder parlamentar democrata-cristão, Pedro Mota Soares, também dissera que o CDS-PP admitia propor uma comissão de inquérito parlamentar ao caso Camarate e que o quer fazer “da forma mais consensual possível”.
Em declarações à Agência Lusa, Pedro Mota Soares sublinhou que “sempre que o Parlamento fez uma comissão de inquérito [ao caso Camarate] foi possível aproximar-se mais da verdade do que a anterior”.
Durante a oitava comissão parlamentar, que terminou em 2004, “foi possível, pela primeira vez aceder a um conjunto de informações que até então não tinha conseguido”, nomeadamente informações de “índole militar”.
“Nesse sentido, o CDS admite propor uma comissão de inquérito para se continuar a investigação, e na senda do que a oitava comissão apontou”, disse.
No entanto, o líder parlamentar do CDS-PP frisou que o objetivo é fazer a proposta “da forma mais consensual possível” e adiantou que irá iniciar conversações com os restantes partidos.
O ex-líder do CDS-PP Freitas do Amaral defendeu segunda-feira que o Parlamento reabra a investigação ao caso Camarate, através da criação de uma nona comissão parlamentar de inquérito.
A oitava comissão de inquérito concluiu pela tese de atentado na investigação à queda do avião que matou, em 1980, o então primeiro-ministro Sá Carneiro e o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa.