“É preciso generalizar o teste VIH/Sida”

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O presidente da Associação para o Estudo Clínico da Sida diz ser preciso convencer as pessoas a fazer o teste Foto: Adriano Miranda arquivo

“É preciso generalizar a realização de testes de HIV a nível nacional” para mais precocemente se tratar a doença, declarou Paulo Sarmento e Castro na Conferência Sida Prevenção, Informação e Diagnóstico, que se realizou hoje de manhã no Centro Cultural de Belém.

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“É preciso generalizar a realização de testes de HIV a nível nacional” para mais precocemente se tratar a doença, declarou Paulo Sarmento e Castro na Conferência Sida Prevenção, Informação e Diagnóstico, que se realizou hoje de manhã no Centro Cultural de Belém.

Paulo Sarmento e Castro destacou os enormes avanços que a doença tem conhecido em Portugal, mas há ainda muita coisa que falta fazer. “É preciso insistir na prevenção; é preciso convencer as pessoas a fazer o teste, discutindo-o com o seu médico no centro de saúde”, sublinhou. Mas o presidente da Associação para o Estudo Clínico da Sida não esqueceu a cooperação e nesse sentido pediu um compromisso para que todas as estruturas se mobilizem na luta contra o vírus VIH/Sida em África e em algumas zonas da Ásia, onde falta ainda muita coisa. A título de exemplo, disse que em Moçambique apenas um terço dos portadores do vírus da sida recebem tratamento e que 16 por cento das grávidas estão infectadas.

Em vésperas de se assinalar o Dia Mundial da Sida, o secretário de Estado-Adjunto da Saúde, Manuel Pizarro, alertou para os riscos que a doença comporta – “a sida não é uma doença para pessoas estranhas ou esquisitas” - e insistiu na necessidade de se continuar a apostar na prevenção. “Praticamente conseguimos fazer desaparecer a transmissão mãe-filho da infecção VIH/Sida e isso deve-se em grande medida à qualidade dos nossos serviços de cuidados de serviço primários e de obstetrícia dos nossos hospitais que tratam as pessoas de forma adequada”, disse Manuel Pizarro, referindo que há ainda muito para fazer nesta área.

“Apesar de existir tratamento, a sida é uma doença que continua a não ter cura e que comporta um brutal sofrimento individual para aqueles que são por são por ela atingidos e para as suas famílias e para os seus amigos”, salientou, observando: “Não podemos correr o risco de desvalorizar a importância da doença. É preciso continuar a falar dela e chamar a atenção das pessoas para de que a doença não escolhe extractos sociais, não escolhe cor da pele, idades, género feminino ou masculino, pode ser contraída por qualquer pessoa que tenha comportamentos de risco, não depende do estado de saúde prévio”.

No final, o secretário de Estado deixou a garantia que apesar dos constrangimentos financeiros não haverá redução no “acesso universal à prevenção ao diagnóstico e ou tratamento”. “Esse é um aspecto essencial e apesar do aperto financeiro, o Ministério da Saúde está a fazer um esforço de também nesta área sermos mais eficientes, mas eficiência não quer dizer tratar menos doentes ou tratar pior os doentes, quer dizer conseguir fazer o tratamento de elevado nível hoje (...)”, destacou.

O coordenador nacional para a infecção VIH/Sida, Henrique Barros, não esteve presente na conferência por se encontrar em Bruxelas, mas deixou uma mensagem gravada.

O Dia Mundial De Luta contra Sida assinala-se amanhã também no Porto, no Hospital Joaquim Urbano. No âmbito das comemorações será inaugurado um mural, grafitado por um conjunto de artistas plásticos.