Centro para crianças refugiadas vai estar pronto em 2011
O centro de acolhimento vai ter capacidade para receber entre 13 a 14 crianças refugiadas ou menores não acompanhados, com idades que poderão ir dos seis aos 16 anos. "São crianças que estão em campos de refugiados, que se encontram sozinhas, e crianças que chegam a Portugal espontaneamente, à procura de protecção, porque perderam os seus familiares", explica Teresa Tito Morais, presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR).
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O centro de acolhimento vai ter capacidade para receber entre 13 a 14 crianças refugiadas ou menores não acompanhados, com idades que poderão ir dos seis aos 16 anos. "São crianças que estão em campos de refugiados, que se encontram sozinhas, e crianças que chegam a Portugal espontaneamente, à procura de protecção, porque perderam os seus familiares", explica Teresa Tito Morais, presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR).
O acolhimento é temporário e não se pretende que as crianças permaneçam demasiado tempo na instituição. "Temos de acolhê-las numa perspectiva de integração", revela Teresa Tito Morais. Neste sentido, o centro vai tentar encontrar familiares, com o objectivo de conseguir uma "reunificação familiar". Caso a procura não dê frutos e, assumindo que as crianças precisam de uma estabilidade e de um tipo de socialização que o centro não lhes pode facultar, a responsável admite a hipótese de se recorrer a famílias de acolhimento.
Um edifício, "que está bastante deteriorado", vai ser recuperado para acolher as crianças refugiadas. Cada quarto terá três crianças com idades inferiores ou duas mais crescidas. Teresa Tito Morais refere a existência de um refeitório, uma lavandaria, um parque infantil e uma biblioteca. Uma professora estará incumbida do ensino da língua portuguesa e o centro vai contar ainda com a colaboração de escolas públicas das redondezas.
Em Portugal, este é o primeiro centro de acolhimento para crianças refugiadas. Teresa Morais afirma que, no continente europeu, já existem "vários centros para menores não acompanhados". Segundo a presidente, "cada vez mais jovens entre os 14 e os 16 anos chegam à Europa à procura de protecção ou de ser admitidos para continuar a sua vida". O panorama dos refugiados em Portugal não é comparável ao de outros países, em que a questão assume uma dimensão maior. "No ano passado, recebemos 137 pedidos de asilo e, este ano, já vamos em 135", diz Teresa Tito Morais, acrescentando que, até ao final de 2010, deverá chegar aos 150 pedidos. "Somos um país com poucos refugiados", afirma a presidente do CPR, que considera que é possível "ajudar a atenuar o problema".
Na Bobadela, existe há quatro anos um centro de acolhimento para refugiados. Neste momento, conta com um total de 42 pessoas, entre as quais oito são crianças. Três delas são menores não acompanhadas, que, de acordo com a presidente, serão reencaminhadas para o novo centro, assim que estiver pronto. Não estão, por enquanto, previstas mais estruturas desta natureza.
O primeiro centro de acolhimento para crianças refugiadas foi financiado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras do Ministério da Administração Interna, pela Câmara Municipal de Lisboa, pela Swatch e pela Fundação Luís Figo.